Projeto nascido dentro de grupo de pesquisa da ECA faz parte do USP Municípios

Publicação de coleção de livros sobre comunicação de destinos turísticos e demanda turística pelo Cetes deu origem a ideia que resultaria na celebração de convênio com a cidade de Ibitinga, por meio do programa USP Municípios

Imagem: USP Municípios promove evento em Ibitinga - Reprodução - https://jornal.usp.br/institucional/usp-leva-inovacao-e-desenvolvimento-para-ibitinga/

O Centro de Estudos de Turismo e Desenvolvimento Social (Cetes) é um grupo de pesquisa ligado ao Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo (CRP), da Escola de Comunicações e Artes (ECA), que tem por objetivo desenvolver estudos dedicados ao desenvolvimento do turismo. Dentre suas atividades, o grupo de pesquisa presta consultoria para municípios interessados em melhorar o aproveitamento de seu potencial turístico – exemplo disso é a publicação da Coleção de Cadernos Aplicados de Turismo e a continuidade do projeto na forma de um convênio com a cidade de Ibitinga, no vale do Médio Tietê.

A Agência Universitária de Notícias (AUN), conversou com uma das coordenadoras do Cetes, a professora Debora Cordeiro Braga, também do CRP, que compartilhou um pouco da sua experiência trabalhando ao lado de municípios do estado.

Os dois Cadernos Aplicados de Turismo que constituem a coleção tratam, no primeiro volume, da comunicação de destinos turísticos e no segundo volume da demanda turística. A professora conta que “a proposta dos cadernos era montar um material que fosse útil e dinâmico, com uma linguagem bem acessível para os gestores públicos de turismo”. 

A pesquisadora explica que no estado de São Paulo a categoria de município turístico é dividida em dois tipos: estâncias turísticas e municípios de interesse público. Segundo ela, “esses municípios são obrigados a apresentar a cada quatro anos um plano uma pesquisa de demanda”.

De acordo com a pesquisadora, “inicialmente [a proposta] era para montar grupos específicos, projetos para atuar em municípios de até 80 mil habitantes”. Segundo ela, o objetivo era “fazer com que nos aproximássemos desse público do interior, e de fato exercer essa extensão junto ao poder público municipal”. 

“A ideia era ter mesmo um canal aberto de diálogo com os municípios e com as prefeituras”, enfatiza a professora.

O convênio com Ibitinga

A proposta passou por um breve hiato, mas foi retomada no âmbito do programa USP Municípios Sustentáveis, ligado ao Centro de Síntese USP Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP). 

A professora conta que isso aconteceu devido ao sucesso da proposta e conta que a iniciativa agora passa a ter foco específico no município de Ibitinga. Segundo ela, “o convênio já foi renovado com Ibitinga, estamos lá desde 2019”.

Segundo a professora, um dos desafios para o desenvolvimento de trabalhos do tipo é a falta de envolvimento de gestores públicos e membros dos conselhos municipais, ela conta que “cada um está preocupado com seu próprio interesse e não se vê como um setor”.

Mas o caso de Ibitinga é atípico, a professora conta que as ações do projeto “inclusive geraram um envolvimento da Secretaria de Educação, que montou na forma de jogos atividades com os alunos ligadas aos atrativos turísticos da cidade”. 

Segundo ela, a partir daí os integrantes do conselho municipal “compraram a ideia e viram que a criança vai motivar o pai os avós a conhecer a se envolver com a temática”.

A professora explica que a cidade “tem uma característica uma cidade que se tornou estância pelo seu patrimônio natural, porque é onde está o pantaninho paulista, tem o Rio Tietê, o Rio Jacaré Pepira que é o mesmo que passa em Brotas. Então, tem um potencial para o turismo náutico enorme, mas subaproveitado”.

Além do patrimônio natural, a pesquisadora ressalta que a cidade é conhecida como a capital do bordado e conta com uma famosa feira desses artigos. A professor explica, ainda, que o visitante desse tipo de evento “tem um perfil de sacoleiro. Que vai de ônibus. Fica lá de manhã, leva a sua marmita, compra o que tem que comprar e vai embora”. Segundo a professora, esse tipo de fluxo de pessoas tende a diminuir com o crescimento do comércio por meio da internet e “antevendo isso a Prefeitura nos procurou com essa ideia de diversificar o foco do turismo na cidade”.

O convênio com a cidade já está na sua quarta etapa, sendo a primeira delas um diagnóstico. A segunda, que aconteceu durante a pandemia, resultou na publicação de dois livretos – um sobre a retomada do turismo no período pós-pandemia e outro que buscava informar os moradores dos atrativos turísticos da cidade, o que posteriormente motivaria o projeto da Secretaria de Educação.

A professora conta que a terceira etapa foi de construção de “um material de inventário da oferta turística,  constituído de fichas e estratégias para que os próprios comerciantes se interessassem em atualizar as informações sobre as lojas e pousadas”. A quarta etapa do projeto consiste na elaboração de um plano de manejo desse inventário de oferta turística, que foi entregue à Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico.

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