Pesquisador do IEE analisa o mercado gás natural liquefeito no Brasil

Estudo identificou forças, fraquezas, oportunidades e ameaças dessa fonte energética no mercado brasileiro

Imagem: Reprodução/Pixabay

Pesquisa do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP analisou o mercado de gás natural liquefeito (GNL) no Brasil. “Vejo como um mercado ainda muito inicial no Brasil, então, tem muitas oportunidades e muito há que ser feito”, conta Lauron Arend, autor da pesquisa, sobre a motivação para estudar sobre o GNL.

Apesar de diversas oportunidades, como o valor e a abundância dessa fonte de energia, ainda há problemas a serem enfrentados, como as burocracias e a dependência de grandes projetos energéticos. 

O gás natural é um combustível fóssil associado atualmente, segundo Lauron, a um elo da transição energética. “Para ocorrer a transição energética, sair do petróleo por completo e ir para uma fonte renovável, o gás natural é visto como o meio do caminho. Ele ainda é uma fonte fóssil, mas muito menos poluente que o carvão e o petróleo”, aponta. O GNL, em específico, além dessas vantagens, também é transformado em líquido, o que facilita o seu armazenamento e distribuição.

Análise do mercado de gás natural liquefeito no Brasil

Para entender o mercado brasileiro de GNL, Lauron utilizou duas principais metodologias, o SWOT e o GUT. O primeiro ajuda a levantar os pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças do uso de GNL no Brasil, enquanto o segundo possibilita a criação da escala de importância dos pontos anteriormente levantados na SWOT. 

“Essa nossa metodologia englobava fazer uma análise da visão do governo”, conta Lauron sobre a abordagem do que foi avaliado. Além dessa fonte de pesquisa, o estudo abrange desde questões tecnológicas até estruturais.

Algumas das forças identificadas foram a grande disponibilidade global, sua garantia de segurança energética, os preços atrativos e a possibilidade de atender entregas distantes devido ao seu formato. “Em locais onde não chega a malha de gasoduto da distribuidora local, ele tem esse poder de não precisar de uma malha”, detalha o pesquisador sobre uma das forças.

Já as principais fraquezas são a rigidez contratual, as barreiras legais e regulatórias e a dependência de um grande consumidor para a movimentação do GNL. “Quando falamos do GNL, estamos falando de grandes volumes de gás. Então, por mais que eu vá entregar remotamente onde não tem uma malha, o meu consumidor lá vai ter que consumir”, comenta. 

Lauron comenta que parte dessas fraquezas também são uma realidade em outros países, como a dificuldade regulatória. A dependência de um mercado consumidor grande não é tão comum em outros países que utilizam o gás para aquecimento doméstico. “Na China, por exemplo, é muito mais fácil construir um projeto de grande consumo de gás, pois lá a indústria é muito maior do que o Brasil”, opina.

Enquanto isso, as oportunidades propiciadas pelo uso do GNL são a redução da dependência da gasolina e da dependência em redes de gasodutos e a aceleração da resolução dos problemas regulatórios. Já as ameaças ao mercado de gás natural liquefeito no Brasil são o risco ao preço global e a político internacional e o fornecimento doméstico, que poderia ser afetado pela concorrência do gás natural entre a fonte usada nas residências e o GNL. 

Lauron acredita que seu estudo poderá ajudar de maneira prática no mercado, sendo consultada por empresas interessadas no mercado de GNL.

1 Comentário

  1. interessante a pesquisa sobre GNL, certamente fará parte da equação de energia do Brasil.
    Seria possível ter acesso ao Estudo?
    obrigado Carlos Lopes

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*