Biomarcador pode ser utilizado para tratar insuficiência cardíaca

Bruno Pelozin, pesquisador da USP, descobre marcador que pode ser usado para diminuir hipertensão e remediar problemas no coração

Bruno Pelozin (esquerda) e Tiago Fernandes (direita) no Congresso da SOCESP [Foto: Arquivo pessoal/Bruno Pelozin]

De acordo com a revista Visão Hospitalar, aproximadamente três milhões de pessoas sofrem com insuficiência cardíaca no Brasil. Além disso, o número de mortes por conta desse problema no país corresponde a um terço do total de óbitos em todo o mundo. Pensando nisso, o doutorando Bruno Rocha de Avila Pelozin, com orientação do professor Tiago Fernandes, ambos da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE), descobriu a importância do microRNA-205. Quando ausentes ou em baixas quantidades, as moléculas do microRNA representam saúde cardíaca. Outra boa notícia é que a presença desse componente no organismo humano pode ser controlada de duas maneiras: artificialmente ou com a realização de exercícios físicos aeróbicos. 

Apesar da maior parte prática da pesquisa ter sido realizada até agora em animais, Bruno traz boas perspectivas: “A gente tem 16 trabalhos em andamento, 4 deles já estão em pesquisa com os humanos. Ainda está muito no início, mas já estamos avançando. Então, daqui cerca de 10 anos, já poderemos usar isso nos humanos e ter a certeza de que vai funcionar”.

O pesquisador também destaca como surgiu a ideia de olhar para os exercícios aeróbicos de outra maneira: “A gente usa o exercício como uma forma de tratar essas doenças. Sabemos que a atividade física faz bem para o coração e para outros órgãos, mas o grande ponto do meu trabalho é utilizar exercícios como uma ferramenta. Queremos saber o que o exercício está modificando que está fazendo bem para o coração, depois nós vamos atrás dessa molécula para formular um tratamento”. Vale salientar que os benefícios trazidos por atividades físicas já são comprovados há bastante tempo.

A pesquisa de Bruno, como já foi citado, não é só teórica. Recentemente seu trabalho participou do 43° Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, vencendo os prêmios de melhor trabalho do Departamento de Educação Física e melhor trabalho multidisciplinar. Para muitos pesquisadores, esse Congresso é considerado o mais importante da América Latina dentro do segmento cardíaco, o que ressalta a relevância de sua pesquisa.

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