O Wilde Talks ocorreu no dia 30 de outubro, de forma totalmente remota, com quatro palestras virtuais disponíveis no YouTube. Organizado pelo Laboratório de Estudos do Romance (LERo) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), o evento contou com temas diversos, como a ilustração e as leituras cinematográficas da obra de Oscar Wilde.
Em entrevista para a Agência Universitária de Notícias (AUN), Fernando Bufalari, doutorando na FFLCH e integrante do LERo, explica que “o domínio que Wilde tem sobre a linguagem é assustador. Por muitos anos sua obra foi subestimada, com análises de conteúdo superficiais. Com o passar do tempo, as pessoas foram percebendo outras nuances na obra de Wilde, e é por isso que ele ainda é estudado nos dias de hoje, porque ainda não descobrimos tudo o que ele tinha a nos dizer.”
A palestra de abertura do Wilde Talks, que começou às 9h30, contou com a participação de Marcelo Tolentino, ilustrador da editora Antofágica e responsável pela ilustração da edição especial de O Retrato de Dorian Gray, lançado pela editora. Depois, foi a vez dos professores Lucas Eduardo da Silva Galon e Paulo Eduardo de Barros Veiga, ambos da USP, debaterem O Jovem Rei, um dos contos de Wilde, às 11h. Então, às 13h30, o professor Fábio Waki, também da USP, assumiu a tarefa de falar sobre a vida e obra do autor de maneira mais aprofundada no que diz respeito aos estudos acadêmicos que giram em torno das produções wildeanas. Por fim, encerrando a maratona de palestras, às 16h, Fernando Brito, curador de filmes da Versátil, falou sobre as adaptações cinematográficas das criações do autor irlandês.
Bufalari, que foi mediador dos encontros, enfatiza a importância de trazer diferentes pontos de vista para o projeto. “O Lucas Galon produziu uma ópera a partir do conto O Jovem Rei, e Paulo Veiga foi responsável por traduzir o livreto desta ópera. As perspectivas que eles têm a partir destas experiências são diferentes da perspectiva de quem estudou o texto, por exemplo. A presença desses profissionais enriquece o debate, levando-o além.”
Com um extenso legado de contos, peças teatrais, poesias e seu único romance, O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde se consagrou entre os grandes nomes da literatura mundial. Hoje, mais de 170 anos depois do seu nascimento, em 16 de outubro de 1854, suas obras ainda são debatidas e estudadas por acadêmicos ao redor do mundo.
Bufalari enfatiza, ainda, que “embora Wilde seja, hoje, adorado por muitos, ele morreu em exílio, sozinho, depois de passar por uma série de humilhações em vida. Agora, todo o ódio direcionado à ele virou amor.”
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