Pesquisa avalia uso de gamificação para aumentar engajamento de pacientes em sessões de fisioterapia

Estudo interdisciplinar busca compreender parâmetros para aplicação de sistemas baseados em jogos eletrônicos para auxiliar na recuperação de crianças com pé torto congênito

Imagem: designparasaude.fau.usp.br

Tese de doutorado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) procura identificar critérios e parâmetros para uso de princípios de jogos eletrônicos no tratamento de distúrbios músculo esqueléticos. A pesquisa é de Marcelo Pirk, com orientação de Cristiane Aun Bertoldi, e está sendo desenvolvida pelo Laboratório de Design para Saúde.

Para o projeto piloto, o grupo de testes selecionado são crianças com pé torto congênito, uma má formação que ocorre ainda na gestação. Os pacientes com essa condição precisam passar por uma longa jornada de tratamentos, que inclui sessões de fisioterapia durante meses ou anos.

As atividades são repetitivas e cansativas, o que tende a levar a uma queda de engajamento com o tratamento. “Queremos incentivar e mensurar esse engajamento, utilizando parâmetros dos profissionais de saúde”, afirma Cristiane Bertoldi, orientadora da pesquisa.

Projeto interdisciplinar

Para garantir a boa contextualização da pesquisa, o Lab Design para Saúde está em parceria com o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IOT/HCFMUSP). A doutora Patrícia Granjeiro, coordenadora do Centro Integrado de Neuro Ortopedia da FMUSP e do Ambulatório do Pé Torto do IOT, atua como co-orientadora do doutorado.

O projeto conta ainda com a colaboração de fisioterapeutas pediátricas do IOT, Clévia Lima e Georgia Souza. Um dos principais objetivos do experimento é facilitar a implementação de sistemas gamificados em sessões de fisioterapia, para complementar o trabalho do profissional de saúde.

Pesquisa em andamento

O projeto piloto já foi finalizado, mas o experimento ainda está acontecendo. Na fase atual, a equipe de pesquisadores planeja fazer os ajustes necessários e, em seguida, recrutar novos pacientes para a realização de testes.

Ao final do experimento, Cristiane Bertoldi espera identificar os elementos necessários para que o sistema gamificado seja capaz de conquistar o engajamento pretendido. Segundo a professora, “é preciso considerar, em termos de design, a geração de cenários, personagens, a adequação dos ritmos e intervalos, todos os elementos fundamentais para que o jogo tenha o resultado esperado numa sessão de fisioterapia”.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*