Em 2017, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, de 2021 a 2030, numa iniciativa de mobilizar a população mundial para a preservação da saúde dos oceanos. Dentre os principais agentes está a comunidade científica, que além de contribuir com as pesquisas, devem buscar parcerias com os setores público e privado e realizar divulgação científica para promover a conscientização ambiental.
Nesse sentido, diversos eventos científicos têm trazido pautas sobre a conservação da vida marinha, como o 21º Simpósio de Biologia Marinha, o qual será realizado pelo Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar-USP), de 27 a 30 de novembro de 2023.
Nesta edição do evento, serão abordadas três grandes áreas de pesquisa da biologia marinha: ecologia e fisiologia; sistemática e evolução; conservação. “Deixamos um dia para conservação por entender que estamos na Década dos Oceanos e é necessário uma atenção especial. Precisamos de compromisso por parte dos governos e pesquisas de todas as áreas tem afinidade com essa temática”, afirma Hudson Pinheiro, pesquisador do Cebimar-USP e coordenador do simpósio.
O principal objetivo do evento é difundir as pesquisas feitas pelo Cebimar-USP entre os pesquisadores associados, portanto, seu público é majoritariamente acadêmico. Entretanto, Pinheiro ressalta a importância da participação dos poderes públicos. “Nossas pesquisas são feitas em São Paulo, produzimos dados locais, atuais, sobre o estado de saúde dos ecossistemas. Através de um evento como esse, essas informações podem ser rapidamente assimiladas pelos órgãos gestores”.
Sediado em São Sebastião, o evento conta com a apresentação de painéis, palestras e mesas redondas. “Os três dias de atividades, com certeza, são uma imersão científica na biologia marinha”.
Para a comunidade científica, em especial os estudantes, a participação no simpósio possui inúmeros benefícios. “É uma chuva de ideias e de novidades que você tem em poucos dias. É muita informação, uma possibilidade de aprendizado enorme”, afirma Pinheiro. Além da oportunidade de apresentarem seus trabalhos e conhecerem outros laboratórios e cientistas, os estudantes podem fazer parcerias para bolsas de pesquisa ou até mesmo conseguir vagas de emprego.
Para além da academia
Por reunir diversos cientistas, de locais e linhas de pesquisas distintas, o ambiente ainda permite a formação de conexões e surgimento de ideias inesperadas. “Você, no dia a dia, acaba ficando no seu laboratório e, muitas vezes, não sabe o que o colega de outro laboratório está fazendo. Então, quando você coloca todo mundo na mesma sala para discutir ciência, abre muito mais os horizontes”.
Nessa ocasião, a troca de informações e contatos não é realizada somente nos ambientes formais de produção de ciência. Para além dos laboratórios, salas de aula e estação de campo, o Instituto conta com alojamentos, que oferecem vagas para os participantes durante o evento. Essa infraestrutura permite que a imersão científica vá além do espaço físico acadêmico, tornando possível uma conversa de caráter científico durante até mesmo uma xícara de café.
Pinheiro cita um dos benefícios dessa dinâmica a quebra do estereótipo do ambiente científico como algo rígido e pouco acolhedor. “É um momento de integração, de troca, formação de parcerias, reencontros, um momento especial. Acho que as palavras-chave são colaboração e aprendizado. É um ambiente amistoso, caloroso, queremos bater um papo”.
Para mais informações sobre o calendário do evento, bem como o local para submissão de trabalhos, basta acessar este link.
Faça um comentário