Entre os dias 19 e 24 de junho, será realizada, no Novo México, nos Estados Unidos, a Spaceport America Cup 2023. O torneio, conhecido como SA Cup, é a maior competição de engenharia de foguetes do mundo, atraindo anualmente mais de 1.700 alunos e professores.
Nesta edição, a SA Cup conta com 158 times de 24 países, dos quais 80 são dos Estados Unidos e 78 de outras nacionalidades. O evento é promovido pela Spaceport America, primeira base espacial comercial do planeta, e pela Experimental Sounding Rocket Association (ESRA), organização sem fins lucrativos ligada à engenharia aeroespacial.
O Projeto Jupiter, grupo de extensão de foguetemodelismo da Escola Politécnica (Poli) da USP, é uma das 4 equipes brasileiras participantes do torneio. Criado em 2014, a partir do Programa de Educação Tutorial de Engenharia Mecânica (PET – Mecânica), o Jupiter lançou seu primeiro foguete em junho do ano seguinte, na Intercollegiate Rocket Engineering Competition (IREC), atual SA Cup. Hoje, a equipe também participa da Latin American Space Challenge (LASC), maior competição de engenharia aeroespacial da América Latina, na qual é tricampeã consecutiva.
Dividido em 2 comissões (Recursos Humanos e Segurança), 5 áreas técnicas (Aerodinâmica, Propulsão, Sistemas Eletrônicos, Cargas Experimentais e Recuperação) e 2 setores administrativos (Marketing e Financeiro), o projeto conta com estudantes da Poli, como de outros institutos da USP e universidades, totalizando 77 membros. Com 8 anos de atuação e 9 lançamentos, a equipe é inteiramente responsável pelo projeto e manufatura dos componentes de seus foguetes, do desenvolvimento do motor e do propelente à captação e análise de dados dos voos.
“O Jupiter me ajudou muito a desenvolver um senso de coletividade e gestão de projetos que eu não tinha no começo da faculdade”, afirma Matheus Deliberato Manzini, gerente financeiro do Jupiter e aluno do 5º semestre de Engenharia Naval. O estudante afirma que entrou no projeto por conta de seu interesse pelo setor aeroespacial, mas que o grupo também o ajudou a amadurecer suas competências profissionais.
Segundo Manzini, o projeto incentiva os estudantes a complementarem suas carreiras acadêmicas, através do contato com conteúdos não abordados durante a graduação. “Se considerarmos o fato da USP não possuir um curso de Engenharia Aeroespacial, fica mais evidente como o Jupiter proporciona um aprendizado complementar às aulas da Poli, já que nossos membros têm que buscar conhecimentos além da grade curricular.”
O estudante afirma que a participação do Projeto Jupiter na LASC e na SA Cup, as duas maiores competições de engenharia de foguetes do mundo, possibilita que os nomes da Poli e da USP sejam prestigiados internacionalmente. “Então, uma das coisas que nos move é criar uma cultura aeroespacial dentro da Poli e promover o meio espacial universitário para fora das universidades”, declara Manzini.
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