Especialistas debatem uso de laser na odontologia e em pacientes que perderam o paladar com a Covid-19

Lasers trazem muitos benefícios no tratamento de intercorrências e complicações odontológicas

laser odontologia
Crédito: PxHere

Durante o 45º Congresso Universitário Brasileiro de Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (CUBO-FOUSP), a pesquisadora Patricia Freitas ministrou uma aula sobre os benefícios dos lasers no tratamento de intercorrências e complicações. O congresso aconteceu entre os dias 22 e 26 de novembro de 2021.

Freitas é professora associada do Departamento de Dentística da FOUSP e co-responsável pelo Laboratório Especial de Laser em Odontologia (Lelo). Para a professora, apresentar o uso de lasers de baixa potência para alunos de graduação é: “semear nesses jovens a busca por uma odontologia de excelência, em que novas tecnologias e suas aplicações podem ser agregadas aos tratamentos, para uma prática clínica de maior qualidade e precisão”, afirma em entrevista à Agência Universitária de Notícias (AUN)

Freitas explica que existem dois tipos de lasers que são usados na odontologia. Um deles é o laser de baixa potência, que atua em nível celular e não gera calor. Essa técnica de aplicação de laser não é invasiva e não traz efeitos sistêmicos, com exceção da técnica de ILIB (Intravascular Laser Irradiation of Blood) modificado. Além disso, o laser de baixa potência tem baixa complexidade de execução e um custo relativamente baixo. 

Outra técnica utilizada é o laser de alta potência que age por efeito térmico. Segundo a professora, ele é utilizado em procedimentos não invasivos ou invasivos, mas ainda assim de uma maneira conservadora. Essa técnica tem um custo maior e uma execução mais complexa, pois, diferente do laser de baixa potência, pode causar efeitos colaterais. “Seu uso por profissionais não capacitados e sem o domínio da tecnologia, pode gerar danos térmicos irreversíveis nos tecidos irradiados ou mesmo em tecidos adjacentes”, afirma.

Na prática, os lasers de baixa potência são utilizados na terapia de fotobiomodulação, trazendo efeitos analgésicos, modulação da inflamação e aceleração do reparo tecidual; na terapia fotodinâmica, na antimicrobiana, promovendo a redução microbiana nos locais irradiados; e na terapia sistêmica ILIB modificado. 

Já os de alta potência são utilizados em procedimentos de vaporização, corte e coagulação de tecidos moles bucais como em cirurgias de frenectomias, bichectomias, remoção de tecidos para biópsias, entre outros; e de ablação, como a remoção de tecido cariado, a redução microbiana, entre outros. 

Freitas explica que o uso do laser de baixa potência no tratamento de complicações traz muitas vantagens. “Existem evidências científicas dos benefícios em analgesia, na modulação da inflamação, na aceleração do reparo tecidual e na redução microbiana”, observa. 

Recentemente, o LELO-FOUSP iniciou uma pesquisa sobre terapias com fontes de luz para pacientes que perderam o paladar após terem Covid-19. Segundo a professora, existe a possibilidade do laser de baixa potência ser utilizado para a fotobiomodulação, terapia adjuvante que induz o sistema biológico a retornar à sua função fisiológica. Até então, os relatos são de uso em pacientes submetidos a tratamentos de radioterapia de cabeça/pescoço e quimioterapia. A pesquisa irá avaliar os parâmetros de fotobiomodulação relacionados à remissão do paladar em pacientes que se contaminaram com o coronavírus.

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