Estudo mostra eficácia de quarta dose de vacina contra Covid-19 em casos graves

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP se basearam em cortes populacionais e na especificidade brasileira para realização da análise

Vacina contra a Covid-19 Fonte: Dado Ruvic/Reuters

No Brasil, a quarta dose da vacina contra a Covid-19, com adenovírus ou produto à base de mRNA foi recomendado para todos os adultos com 40 anos ou mais, além daqueles pertencentes a grupos de risco, proporcionando um cenário diversificado em comparação com a literatura atual. O estudo demonstrou que a quarta dose do imunizante foi efetiva em reduzir o risco da doença em sua forma grave, incluindo hospitalizações ou mortes.

Esse efeito se mostrou consistente entre diferentes tipos de vacina de reforço, entre elas Pfizer, Jansen e AstraZeneca, e diferentes grupos de idade, desde adultos jovens maiores de 40 anos até idosos. Esses resultados reforçam ainda mais o papel da segunda dose de reforço, ou quarta dose, no contexto do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

O professor orientador Otávio Ranzani e o líder da pesquisa Felippe Lazar Neto acreditam que “A população incluída no nosso estudo considerou apenas adultos da população geral com idade maior ou igual a 40 anos, o que impede a extrapolação direta dos nossos dados para outros grupos de idade não representados”, explica Lazar Neto que isso não quer dizer que a vacina não deva ser aplicada em outros grupos, mas que a sua aplicação deva ser baseada em outros estudos científicos que incluíram esses outros grupos não representados na pesquisa.

Mesmo com o fim da pandemia, a convivência com o vírus permanece, existindo a necessidade da entrada do imunizante no calendário nacional de vacinação. “O reforço vacinal contra a Covid-19 vai depender de muitos fatores como a variante do vírus vigente, tipos de vacinas disponíveis, estado endêmico da doença e uma avaliação de custo-efetividade do ponto de vista populacional.”, apontam os especialistas. Eles ainda afirmam que o maior entendimento hoje é que a vacinação deverá antever períodos de aumento do número de casos. “É muito provável que a vacina tenha que ser aplicada anualmente, assim como é realizada com a vacinação da gripe”, apontam os pesquisadores. Em conclusão, os estudiosos explicam que ainda são necessários mais conhecimento e estudos na área.

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