USP sedia evento sobre Fundos Patrimoniais

Em uma conversa sobre fundos patrimoniais em universidades, pioneiros no Brasil discutem sobre como iniciar o projeto, trazer credibilidade e investir no futuro da educação brasileira

O debate aconteceu no auditório Prof. Francisco Romeu Landi, nomeado em homenagem ao falecido diretor da Escola Politécnica [Foto/Reprodução: Isabella Gargano]

No último dia 10 de abril, ocorreu o Evento “Fundos Patrimoniais ligados a universidades: desafios e oportunidades’’ no auditório do prédio da Administração da Escola Politécnica da USP (Poli). Um oferecimento da instituição Amigos da Poli, contou com a presença de Marcos Matsutani, Daniel Spielberg e Luan Spencer, fundadores de fundos direcionados às Universidades onde se formaram, e Felipe Insuma, gerente de projetos do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS)  como mediador. 

Fundos Patrimoniais ou Endowments, são espécies de fundos privados criados para receber e reunir doações destinadas a uma causa ou organização específica. A partir destes fundos, que permanecem em aplicações financeiras, o dinheiro é resgatado e investido em determinado setor da escolha do doador.

No evento que aconteceu em meados de abril, os convidados contaram sobre suas trajetórias na formação dos fundos e seus funcionamentos, respondendo perguntas também da plateia que contava com diversos alunos e recém formados interessados em iniciar um Endowment para suas respectivas faculdades.

Matsutani, co-fundador do Amigos da Poli, primeiro e maior fundo patrimonial universitário do Brasil, com um patrimônio líquido de R$50.000.00 (2024), explicou o funcionamento da instituição e sua relação com a Escola Politécnica. Para o engenheiro formado “ é importante achar um ponto de encontro entre a doação e a demanda, ser rígido para garantir resultado a longo prazo, mas flexível para se adequar ao panorama”.

Fundos patrimoniais, ligados às universidades, são uma prática muito comum nos Estados Unidos, e que ainda estão no início no Brasil. Este tipo de iniciativa se mantém viva por meio de doações de ex-alunos e docentes, e é normalmente gerenciada por voluntários já formados na instituição.

Os órgãos responsáveis pelos fundos buscam construir uma governança  que seja legítima perante aos doadores, comunidade alumni e direção da Escola. A questão de profissionalizar o processo veio à tona no debate, mas um consenso entre os participantes era que o custo destas despesas tendem a não agradar os doadores.

Modelo de organização de Governança Corporativa do Amigos da Poli [Reprodução: site amigos da Poli]
O processo de  recrutamento de doadores muitas vezes é através de networking e confiança. “Normalmente o recrutador jovem mostra a paixão e incentiva a doação. Mas, em outros casos, é comum um doador conhecido incentivar outros por cartas de recomendação”, disse o co-fundador do Amigos da Poli.

A ideia desses fundos é investir no presente para colher no futuro, com bolsas de permanência, inovação e mentoria. Como disse o diretor do amigos da poli: “ Estamos ainda está no início, por isso é importante um track record, para avaliar o impacto dos investimentos realizados”, para poder efetuar ajustes na gestão desses fundos, e assim decidir e priorizar as frentes de atuação.

Atualmente, por exemplo, há um forte investimento em projetos de inovação. De acordo com o site da organização foram apoiadas 42 iniciativas de alunos da politécnica. O edital de 2024 para inscrever-se nas categorias: grupos de extensão, startups, pesquisas científicas e projetos para melhoria do ensino ou cidadania e governança, encerrou-se no dia 1 de maio, após seleção os escolhidos serão divulgados no segundo semestre para iniciarem seus trabalhos com bolsa.  

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