Empresa criada por professores da USP há 60 anos é exemplo de sucesso

O Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores foi fundado por professores da Poli-USP e hoje tem imagem consolidada no Brasil

O Consórcio participou de projetos metroviários, auxiliando na construção da malha metroviária brasileira. Créditos: Unsplash (www.unsplash.com)

Nos tempos atuais da era digital não é difícil pensar em startups que nasceram no meio universitário. Porém ao voltar no tempo, é possível encontrar casos de empreendedorismo na Universidade, como por exemplo o Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores (CNEC), fundado por professores da Escola Politécnica da USP, que contou com a atuação de alunos.

Antônio Carlos Matos, funcionário da empresa no setor de desenvolvimento de novos negócios, está no quadro de empregados desde 1972, e explica que o CNEC surgiu em 1959 com o objetivo de atender a demanda de projetos de engenharia municipais, oferecendo consultorias. “Esses engenheiros já prestavam os serviços isoladamente e resolveram atuar em conjunto”, completa Matos. O responsável pela área de novos negócios conta que, apesar de promissora desde o início, a empresa encontrou obstáculos majoritariamente ligados ao crescimento do negócio e às dificuldades econômicas vividas pelo País que se estendiam ao setor. 

A solução para o primeiro veio em 1969, quando a gigante do setor de engenharia e construção Camargo Corrêa comprou 75% do CNEC. Já a saída para o combate à crise veio na década de 80, caracterizada por forte recessão econômica no País. Na época, adotou-se a estratégia de crescimento por aquisições, que levou à compra de outras quatro empresas pela Camargo Corrêa, sendo a CNEC a maior em faturamento e número de funcionários ─ cerca de 3.200 em 1989.

Matos conta que, em 1995, a Camargo Corrêa optou por comprar os 25% restantes das ações e tornou-se dona integral do negócio. “De 1995 a 2009, a CNEC trabalhou rotineiramente com a Camargo Corrêa, fazendo os projetos de suas obras, mas também atendendo outros clientes isoladamente”. O panorama mudou em 2010, quando o negócio foi novamente vendido, dessa vez para a Worley, uma empresa australiana de engenharia que atuava em escala global ─ atendendo em mais de 40 países ─ e desejava um escritório forte no Brasil.

Ao longo dos anos, a empresa atuou em diversas obras de grande impacto, como refinarias da Petrobras, usinas hidrelétricas de grande porte, como a de Belo Monte, e projetos de construção metroviários e de ferrovias. Matos acredita que essa história cheia culminou na imagem de competência técnica e na consolidação da empresa no setor de engenharia.

Empreendedorismo universitário

Muitas são as empresas que nascem na Universidade, mas poucas são as que realmente conseguem alavancar seu sucesso, caso da fintech Nubank, fundada por ex-alunos da Poli, ou do iFood, criado por ex-alunos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. O auxílio para que essas ideias floresçam vem de incubadoras e investidores-anjo.

A maior incubadora universitária no Brasil é o Supera Parque, no campus da USP de Ribeirão Preto. Ao todo, o polo já foi responsável por mais de 50 projetos de empreendedorismo universitário até novembro de 2019, e atende uma faixa muito abrangente de setores, como Tecnologia da Informação, Agrotecnologia e Biotecnologia.

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