
O grupo de pesquisadores responsáveis pela execução de dois estudos que utilizam um robô social é composto por professores e alunos dos cursos de gerontologia e sistemas de informação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). Representando o curso de Gerontologia, Meire Cachioni, Mônica Yassuda e Ruth Caldeira se responsabilizam pela parte prática das pesquisas, enquanto os professores Marcelo Fantinato e Sarajane Peres, do curso de Sistemas de Informação coordenam a parte técnica com o desenvolvimento dos robôs. Além dos docentes, são co-autores diversos alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado de ambos os cursos de graduação.
Uma das pesquisas trabalha com idosos residentes em ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos), popularmente conhecidas como asilos, que tenham algum comprometimento cognitivo. “Estamos vendo como é o engajamento desses idosos frente à atividades apresentadas por um robô social e temos o grupo que faz as atividades diretamente com ele, fazendo as mesma atividades de maneira analógica, no papel”, explica Meire Cachioni, professora do curso de gerontologia.

O objetivo dessa interação entre o idoso e o robô é entender se há e como é feito o engajamento humano com essa tecnologia, além de fazer uma atividade nova. Mesmo que ainda sem dados estatísticos sobre a pesquisa, Cachioni enxerga de maneira muito positiva a recepção dos idosos com o robô: “Eles gostam muito”, afirma a pesquisadora. “Ficam extremamente concentrados, mesmo aqueles que já tem alguma limitação, alguma dificuldade”.
Outro estudo conduzido pelos pesquisadores da EACH é semelhante ao primeiro, porém estuda os idosos que já tem alguma familiaridade com a tecnologia e que, muitas vezes, têm um celular e acessam a internet, permitindo tipos diferentes de atividades em relação aos idosos que já apresentam dificuldade na cognição. “Estamos programando dois robôs, um deles com acesso à fala que tem maior sensibilidade e compreende melhor a voz. Outro que difere do letramento é um que ele vai mais para uma perspectiva de redes sociais e possibilidades de busca de informação, como um passeio em museu, recebendo coisas mais elaboradas do que em grupo de WhatsApp”, conta a docente.
Os idosos jogam diversos jogos com o robô, como quebra-cabeças, clássicos da música e jogos de memória. No caso dos idosos com melhores condições cognitivas, a tentativa de trazer novidades para os idosos é proporcionar um incremento que os possibilite aumentar seu ciclo social. “Isso para que ele possa chegar em um nível de falar super bem com a família, gravar vídeos e sair de uma apatia por não participar de um meio social amplo.”
Aluna do curso de gerontologia, Maria Berrido auxiliou nas pesquisas fazendo as atividades propostas pelo robô de forma analógica: “Tivemos também um bingo promovido dentro da instituição e a gente agia como assistente do robô”, lembra. Animada para o Congresso Brasileiro de Gerontecnologia, onde ambas as pesquisas serão apresentadas publicamente pela primeira vez, Maria enxerga o evento como uma possibilidade de se engajar na área. “É uma excelente oportunidade, espero conhecer muitas pessoas no Congresso e talvez entrar em outras pesquisas relacionadas a pessoas idosas.’

O V Congresso Brasileiro de Gerontecnologia ocorreu em Curitiba, capital paranaense, entre os dias 23 e 25 de outubro no Campus Botânico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e trouxe alguns dados iniciais obtidos pelas pesquisas, que tem previsão de término somente para o primeiro semestre do ano de 2025.
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