Grupo de extensão do Instituto de Química da USP promove divulgação científica por meio da arte

Projeto composto por jovens alunos realiza apresentações teatrais em escolas pelo país

Recentemente o grupo passou a ser reconhecido oficialmente pelo Instituto de Química da USP como um projeto de cultura e extensão [Foto/Divulgação/Instagram: Química em Ação]

Divulgação científica, entretenimento e arte, essa é a mistura feita pelo grupo de extensão Química em Ação. Idealizado em 1984 no Instituto de Química (IQ) da USP, o projeto funciona hoje como um grupo de teatro formado por estudantes do IQ, que levam a química tradicional para escolas em forma de apresentações lúdicas e interativas.

Uma das alunas coordenadoras do projeto, Letícia Nishiura, conta que a ideia é “pegar a química e apresentar para um público leigo de uma forma mais legal e atraente do que estamos acostumados. O nosso objetivo é despertar um pouco de amor e curiosidade pela ciência, nas crianças e nos jovens.”

Origem e trajetória 

Criado com o intuito de promover a divulgação científica, o Química em Ação realizou sua primeira apresentação em 1985 e, desde então, vêm adequando seus roteiros. Durante toda sua trajetória, apresentou diversas montagens e possui atualmente um portfólio com quatro roteiros diferentes que são apresentados de acordo com os perfis dos públicos. O que todos eles têm em comum é o uso de experimentos e reações químicas na composição de suas cenas. 

Em montagens destinadas aos alunos do ensino médio, os experimentos são utilizados em efeitos visuais. Já nas infantis, o grupo adota um tom educacional e aproveita a ciência para fazer um tipo de introdução à química para as crianças. Apesar do caráter educativo e explicativo, Laura Lessinger,  uma das estudantes participantes, alerta que o objetivo do grupo não é fazer uma aula e substituir um professor nos palcos, “o que fazemos é complementar o ensino da química, somos um recurso extra”. 

A química em ação nos palcos

O carro chefe do grupo é a peça “A Química das Sensações”. Nela, dois integrantes interpretam cientistas que realizam experimentos em um laboratório enquanto explicam para o público, normalmente infantil, os processos químicos que acontecem ali. “O espetáculo convida o público a experienciar as reações químicas por meio de sete experimentos que exploram os sentidos humanos, tudo feito de forma irreverente, leve e descontraída”, explicam os alunos que coordenam o projeto. Ao mesmo tempo, outros dois atores encenam a rotina de seguranças em um laboratório e introduzem aos espectadores assuntos relacionados à biossegurança. 

Em outras apresentações, o grupo adota uma narrativa de sátira para denunciar e mostrar para o público as consequências e influências de algumas questões, como a disseminação de informações falsas e o sensacionalismo na produção científica do país. Uma de suas apresentações, chamada de “IQTV”, acompanha um telejornal, apresentado por jornalistas divertidos e atrapalhados, fazendo a cobertura jornalística de diversos assuntos. “É uma esquete que satiriza o uso do sensacionalismo no jornalismo. Distorcemos algumas falas, exageramos outras e temos convidados atrapalhados, tudo para mostrar o impacto das fakenews na divulgação científica”, afirma João Victor Lopes, integrante e ex-coordenador do grupo. 

Grande parte das performances do projeto acontecem em escolas públicas, que procuram o grupo e o convida para performar para seus alunos. Todas as informações relacionadas às apresentações do Química em Ação, além de contatos, podem ser facilmente encontradas nas redes sociais do grupo. Pensando em expandir seu alcance e divulgar a ciência para cada vez mais pessoas, o grupo tem planos de levar suas montagens para as redes sociais. A ideia é adaptar a linguagem e criar conteúdos em vídeos, para o Youtube, explicando questões de química do vestibular de ingresso na USP, a Fuvest. João Pedro Marcacini, aluno e ator do grupo, conta que “o projeto se chama Q&A na Fuvs e nossa ideia com ele, além de ajudar alunos na preparação para o vestibular, é levar um pouco das nossas apresentações presenciais para a internet.”

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