Diversidade e referência: XXI Simpósio de Biologia Marinha acontece em São Sebastião

Dividido em três grandes eixos temáticos, evento foi aberto, pela primeira vez, para o público externo

O primeiro SBM foi realizado no Cebimar, em 1982, ainda com o nome de “Mini Simpósio de Biologia Marinha”. A vigésima edição ocorreu em 2019, antes da pandemia [Foto de capa: Reprodução/Ligia Ferreira Granja da Luz/Cebimar]

Em sua 21ª edição, o Simpósio de Biologia Marinha (SBM) — organizado pelo Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da Universidade de São Paulo — aconteceu entre os dias 27 e 30 de novembro de 2023, em São Sebastião. A convenção tinha como propósitos promover a divulgação científica e o encontro entre pesquisadores da área.

Estiveram presentes quase 90 participantes, selecionados a partir de um total de 135 resumos submetidos entre abril e julho de 2023, e mais de 20 pessoas que trabalharam para a realização do evento, de acordo com Hudson Tercio Pinheiro, presidente da Comissão Organizadora do SBM. 

“O simpósio cada vez mais está se tornando a principal referência de reunião de biologia marinha no Brasil. Tivemos muitos professores, pesquisadores e estudantes e uma participação bem diversa com pessoas vindas do Nordeste, do Sul e de outros lugares do Sudeste que não o Estado de São Paulo”, conta Pinheiro. O evento contou, ainda, com a participação de cientistas da Argentina e dos Estados Unidos.

Oportunidade de integração

Essa diversidade refletiu também na variedade dos temas abordados durante o simpósio. Nos quatro dias, as sessões, que contaram com apresentações orais de trabalhos, foram divididas em três principais eixos temáticos — Conservação e Áreas Afins; Ecologia e Fisiologia; e Sistemática e Evolução.

“Além de diferentes temas da biologia marinha, foram muitos os grupos taxonômicos representados por pessoas que trabalham com corais, peixes, briozoários, esponjas, meiofauna, baleias”, explica o presidente. “Isso cria uma chance de aprender muita coisa diferente. Sem esse tipo de oportunidade, acabamos ficando muito fechados apenas naquilo em que somos especialistas.”

Gabriel Amadeus Carrasco, mestrando pelo Instituto de Biociências (IB) da USP, esteve no evento, seu primeiro como aluno do mestrado na área, e considerou-o uma experiência maravilhosa. “O simpósio reuniu especialistas de diversas áreas do conhecimento sobre biologia marinha, então foi uma oportunidade de integração excelente”, afirma.

Simpósio promoveu encontro de pesquisadores de diversas localidades do Brasil e do exterior — todos com seus estudos voltados para os ambientes marinhos [Imagem: Reprodução/Aline Zanotti/CEBIMar]
Para Guilherme Loyola da Cruz, também mestrando pelo IB, o simpósio foi semelhantemente enriquecedor: “Após alguns anos de atividades remotas devido a pandemia, eventos presenciais como o SBM permitem uma melhor troca de ideias e experiências entre os participantes.”

Segundo ele, esse tipo de convenção colabora com a produção da ciência. “Expor e divulgar nossa pesquisa é fundamental tanto para fazer o conhecimento científico produzido ser difundido quanto para ouvir opiniões que podem melhorar nosso trabalho”, diz. O Simpósio de Biologia Marinha teve esse papel: “Além dos saberes trocados, que certamente enriquecerão diversos aspectos da minha pesquisa, o SBM contribuiu significativamente ao proporcionar a divulgação e discussão do meu trabalho com pesquisadores de diferentes áreas.”

Loyola ainda destaca a importância de compreender como os assuntos apresentados contribuem para o aumento do conhecimento sobre os ambientes marinhos e, consequentemente, da proteção dos oceanos.

Conteúdo diverso

Além da apresentação oral dos trabalhos submetidos, o evento contou com sessões plenárias para mostrar mais profundamente alguns assuntos. Uma dessas palestras foi a do pesquisador J. Emmett Duffy, do Smithsonian Environmental Research Center, dos Estados Unidos. A apresentação MarineGEO: Empowering team science to sustain marine ecosystems on the edge (MarineGEO: Capacitando a equipe científica para sustentar ecossistemas marinhos no limite, em tradução livre) revisou a ação do Marine Global Earth Observatory, centro de pesquisa que busca compreender os ecossistemas costeiros. 

Também Mariana Freitas Nery, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresentou A história das baleias e tartarugas marinhas contada pelos genes, uma dissertação sobre os avanços e as aplicações da genômica comparada. Por fim, no último dia de simpósio, Carlos Eduardo L. Ferreira, da Universidade Federal Fluminense (UFF), falou sobre o Monitoramento da biodiversidade recifal nas ilhas oceânicas brasileiras: Manejo e conservação de espécies chaves. Na aba Programação, no site do SBM, é possível conferir as demais pesquisas que estiveram presentes no evento.

Execução de sucesso

Alguns dos pontos elogiados do simpósio deste ano foram a organização e a qualidade das palestras oferecidas. Além disso, o XXI SBM trouxe outra novidade: pela primeira vez, o Cebimar abriu o evento para o público externo. “Foi incrível”, relata Aline Zanotti, pesquisadora e membro da comissão científica do SBM. “Todo evento desse porte é uma oportunidade de aprendizado, para quem participa e para quem organiza também.”

“Apesar da complexidade de realizar um simpósio aberto a toda a comunidade científica que trabalha com biologia marinha, o resultado foi compensador. Espero que toda a nossa jornada ao longo deste evento nos ajude a realizar o XXII Simpósio de Biologia Marinha ainda melhor”, finaliza

Para conferir mais informações sobre o XXI Simpósio de Biologia Marinha, é possível acessar o site do evento e também sua página no Instagram.

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