Futebol nacional caminha para a profissionalização

Estudo investiga um modelo de governança corporativa para grandes clubes brasileiros

Elenco do Palmeiras é fruto da sustentabilidade econômica do clube (Imagem: SE PALMEIRAS)

O futebol é responsável por 1% a 1,5% do PIB nacional e movimenta mais de metade do PIB esportivo do país. É evidente, a todos amantes do esporte, que o Brasil ainda possui enraizada uma cultura mono esportiva. Apesar disso, os clubes nacionais carecem de uma administração profissional para o seu melhor desenvolvimento. À luz desse problema, o estudo de Renan Barabanov de Assis pela Faculdade de Economia e Administração busca desenvolver um sistema de governança corporativa para os clubes de grande porte do Brasil, tendo como base a Sociedade Esportiva Palmeiras.
A pesquisa inicia na busca de um modelo de governança corporativa que fosse capaz de formar a administração dos clubes de futebol. A partir de conversas com os profissionais da área, Renan Barabanov moldou um sistema que encaixa as particularidades dos clubes nacionais. O seu estudo também envolveu uma análise de clubes internacionais que possuem similaridade aos clubes brasileiros, como Portugal e Espanha.
“A primeira parte do trabalho foi justamente identificar o que o clube brasileiro de futebol tem de particularidade e, assim, formar uma estrutura de governança corporativa que pudesse ser aplicada a clubes de futebol no Brasil. Verifiquei com os profissionais que atuam em uma empresa de grande porte, em um clube de futebol de grande porte, que é o caso do Palmeiras, se essa estrutura se aplicaria. A partir disso, os profissionais deram suas opiniões”, afirmou.
Os atores relacionados à gestão de esporte aceitaram a utilização de mecanismos de governança corporativa nos clubes de futebol, alguns deles ainda ressaltaram a urgência. “Coloco muito como uma diferenciação. O clube que fizer, que assumir esse modelo, vai assumir isso como uma diferenciação. Ele sai na frente”, concluiu Renan Barabanov.
O modelo de governança foi dividido em quatro pilares essenciais: Participação e Democracia; Gestão, Funcionamento e Sustentabilidade; Transparência, Comunicação e Prestação de Contas; e Solidariedade e Responsabilidade Social. De acordo com Renan, é quase impossível a aplicação de apenas um pilar, sendo todos eles importantes para a implementação da governança corporativa.
Apesar disso, os entrevistados ressaltaram a Sustentabilidade Econômica como a parte mais essencial para um clube de grande porte no Brasil. “Todos eles bateram forte na tecla da sustentabilidade financeira, que é a grande vantagem que o Palmeiras teve e diferenciou o clube nos últimos anos”, evidencia Renan, “É o que eles falam: ‘O segredo da equipe de futebol nos últimos anos é equacionar a área administrativa e financeira’”.
A escolha pelo Palmeiras foi além da paixão. Mudanças de gestão têm marcado o clube e resultados econômicos positivos são a marca recente da equipe, que esbanja sua saúde financeira com novas contratações, caso dos jogadores como Borja e Lucas Lima. “O sistema foi pensado para um grande clube, como o Palmeiras, de impacto nacional e internacional. É possível adaptar para qualquer outro clube, mas é necessário adaptar”.

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