
Foi lançada no mês de março de 2024, a publicação Ruído e Nossa Saúde, um livreto que aborda os impactos do ruído sonoro na saúde da população. O material conta com a colaboração de Alessandra Giannella Samelli, professora associada do curso de Fonoaudiologia do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (Fofito), da Universidade de São Paulo, em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e chama atenção para um problema de saúde pública que ainda é pouco debatido.
O material pode ser acessado no site da Fofito e conta com explicações a respeito do impacto do ruído na saúde, sua presença nas cidades e a responsabilidade dos órgãos públicos no seu controle. O livreto também inclui ilustrações e infográficos que auxiliam na compreensão do tema, como uma escala de decibels (dB) que demonstra os níveis sonoros com exemplos cotidianos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), níveis sonoros de ruído acima de 65 dB são considerados poluição. Dados de 2019 da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (Pro Acústica) mostram que os níveis sonoros registrados no Minhocão, via movimentada de São Paulo, variam entre 69 e 76 dB, mas podem chegar a 98 dB em horários de pico.
No entanto, os problemas de saúde mais graves não se manifestam na audição, mas sim, no sistema cardiovascular. “O ruído te coloca em estado de alerta e o organismo se prepara como se fosse fugir. A pressão arterial, os batimentos cardíacos e a frequência respiratória aumentam.” explica a professora Alessandra. “Com o tempo o corpo volta ao funcionamento normal, porém se a exposição é constante, o organismo pode não retornar a sua função de base, ficando permanentemente em alerta”. A especialista ainda esclarece que, nesse sentido, os impactos na saúde não possuem relação somente com o tempo de exposição e com a intensidade sonora, mas principalmente com a sensação que o ruído provoca no indivíduo.
Faça um comentário