Revista do IEB reúne artigos sobre Chico Buarque em dossiê

Nova edição ocorre em comemoração aos 80 anos do artista, que pensou o dia a dia das grandes cidades

Chico Buarque durante apresentação no HSBC Brasil, em 2012 (Imagem: Rennan Teixeira/Flickr)

Em sua edição mais recente, de agosto de 2024, a Revista do Instituto de Estudos Brasileiros reuniu artigos de pesquisadores e professores para a produção de um dossiê referente aos 80 anos do artista Chico Buarque. A revista foi fundada em 1966 e reúne pesquisas com o objetivo de “pensar criticamente o Brasil e facilitar o diálogo entre as áreas do conhecimento”.

O dossiê trouxe organizadores de três universidades diferentes: Daniela Vieira dos Santos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marcos Lacerda, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e Walter Garcia, da Universidade de São Paulo (USP). Os sete artigos, e a resenha sobre o livro Anos de chumbo e outros contos, de 2021, presentes na coletânea, abordam as diferentes produções de Buarque. 

Crítica para além do Brasil

Conhecido por suas composições e livros, Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido como Chico Buarque, nasceu em 19 de junho de 1944, no bairro de Catete, no Rio de Janeiro. Sua música mais recente, Que tal um samba?, foi lançada em 2022 e analisada no artigo “Que tal um samba?” e suas camadas, da pesquisadora da Unicamp Adelia Bezerra de Meneses, presente no dossiê.

Walter Garcia, professor da área temática de Música do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), foi um dos responsáveis pela organização do dossiê e também contribuiu com o artigo Um lírico no desvario do capitalismo: “As vitrines”, de Chico Buarque, analisando a canção As vitrines.

Garcia afirma que, desde a década de 1960, “a obra de Chico Buarque responde a diversos dilemas e experiências do dia a dia das grandes cidades no Brasil”. Na produção de seu artigo, o professor do IEB explorou as formas textuais e musicais da canção lançada em 1981.

“Toda e qualquer canção é formada por uma série de elementos musicais, verbais e performáticos”, afirma Garcia. “Analisar de que modo esses elementos se organizam, isso é, perceber as relações que eles mantêm entre si, é o primeiro passo para compreender melhor os sentidos que uma canção possui”. Além disso, o pesquisador também afirma que, dependendo da canção do artista a ser analisada, é necessário que a crítica se volte para elementos além da fronteira brasileira, como a história da América Portuguesa. 

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