A Política de Acessibilidade Pedagógica da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FD-USP) tem apresentado resultados positivos na inclusão de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas atividades acadêmicas. Essa é a avaliação de Silvano Furtado, estudante da Direito da faculdade e idealizador da política, que passou a ser aplicada neste ano.
As diretrizes foram aprovadas pelo Conselho de Graduação da unidade no ano passado. Segundo o Coletivo de Estudantes Autistas da USP (CAUSP), a política tem o objetivo de evitar que alunos autistas passem por constrangimentos nas salas de aula ou nos espaços de convivência. Além disso, ela estebelece ainda medidas que tornam as avaliações e metodologias de ensino mais acessíveis aos estudantes com TEA.
De acordo com Furtado, a política tem sido aplicada com certo sucesso. No geral, os estudantes protocolam o pedido de reconhecimento do diagnóstico a partir de laudos junto à Comissão de Graduação, que tem assinado a maioria deles. A resistência inicial de alguns docentes em fornecer provas alternativas diminuiu após a pressão exercida pela diretoria e pela Comissão de Graduação. “A maioria dos professores tem aceitado [seguir as diretrizes], com uma ou outra exceção de dificuldades”, diz Furtado.
Quanto aos reflexos da política no dia a dia dos estudantes com TEA, Furtado destacou que houve redução do estresse e melhoria do desempenho acadêmico. Segundo ele, a vice-presidente da Comissão de Graduação, professora Suzane Ricks, confirmou o impacto positivo da medida, que tornou a convivência e a manutenção dos cursos mais palatáveis e tranquilas para os estudantes com TEA. “A professora Suzane Ricks confirmou que é gritante a diferença em desempenho acadêmico antes e depois da política. Os alunos, na verdade, ficam mais produtivos, ficam mais engajados depois dessa política”, ressalta o estudante.
Avanços são positivos, mas precisam aumentar
Ainda que as mudanças tenham começado a ocorrer de fato, Silvano Furtado ressaltou que a implementação da política ainda precisa ser aprimorada em termos de sua função pedagógica. Para o estudante, muitos professores não estão cientes da existência da política ou, inicialmente, não a levam em consideração.
Por isso, um dos pontos-chave que pode ser aprimorado a partir de agora é a divulgação da política entre os docentes. Furtado ressaltou a dificuldade em fazer com que os professores compreendam o avanço que ela significa para a comunidade de alunos com TEA, bem como a necessidade de aplicá-la de forma eficiente a fim de efetivar os impactos trazidos por ela. A conscientização e a compreensão dos professores são essenciais para o sucesso contínuo da política de acessibilidade pedagógica, considera o estudante.
Em suma, a Política de Acessibilidade Pedagógica da FD-USP é um passo significativo em direção à inclusão dos estudantes com TEA. No entanto, é necessário um esforço contínuo para garantir que a política seja plenamente implementada e compreendida por todos os envolvidos no processo educacional, fortalecendo assim os benefícios e a inclusão dos estudantes com TEA na comunidade acadêmica.
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