Caracterizada como uma doença que enfraquece o osso, a osteoporose provoca uma alteração na qualidade óssea, diminuindo sua massa, tornando-a mais frágil e propensa a fraturas. Entretanto, com o avanço das tecnologias, surgiram tratamentos inovadores que buscam reverter essa realidade.
Em uma pesquisa de 2019, feita pela Abrasso (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo), estimou-se que cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem com osteoporose e apenas 20% estão cientes da existência da doença.
Muitos fatores de risco podem estar ligados à osteoporose e a um maior índice de fratura. A Drª Luciana Parente, reumatologista formada pela Universidade de São Paulo (USP) e médica assistente do Ambulatório de Lúpus e Doenças Osteometabólicas no Hospital das Clínicas (HC), afirma que o maior indicativo de osteoporose é o risco de fratura, podendo ser identificado no exame de densitometria óssea ou na presença da própria fratura.
Além disso, a doença pode ser avaliada em níveis, sendo eles a osteopenia, perda gradual de massa óssea, que pode vir a ser uma osteoporose; a osteoporose primária, que é mais comum no périodo pós-menopausa, já que há uma redução do nível de estrógeno no corpo da mulher, provocando um aumento de reabsorção e fragilidade óssea, e por fim a osteoporose secundária. Neste caso, a doença é causada por um outro fator, como patologias auto imunes (lúpus, por exemplo) ou o consumo de corticoides.
Como tratar a osteoporose
“Nosso esqueleto não é só um órgão de sustentação, para ficarmos em pé ou andarmos, ele serve para proteção dos órgãos. Por exemplo, proteger a caixa torácica ou o crânio que protege nosso cérebro. O osso é um órgão ativo, tem células que fazem o remodelamento e a reabsorção óssea. Tudo isso é muito importante para a qualidade do osso”, complementa a médica.
E pensando em manter essa qualidade, há também outros fatores que merecem atenção, desde a juventude até a vida adulta. Dietas pobres em cálcio, alto consumo de bebidas alcoólicas e cigarros e até mesmo o baixo peso podem enfraquecer o osso e favorecer fraturas.
Por mais que a doença não tenha cura, existem alguns hábitos e tratamentos que podem diminuir seus impactos. A exposição ao sol, ou suplementação de vitamina D, e uma alimentação rica em cálcio são uma forma de prevenção. A atividade física também pode contribuir, pois o impacto da carga estimula a produção e o aumento da massa óssea. Cabe considerar que questões genéticas e de histórico familiar são fatores de risco não modificáveis, mas a realização de exames preventivos e cuidados com o corpo podem ajudar. Caso haja histórico de fraturas na família, o ideal é buscar ajuda de um especialista.
Para proporcionar bem estar para pessoas que convivem com a doença, alguns medicamentos foram formulados para tratar a osteoporose em seus diversos níveis. Os mais antigos e usados são chamados bifosfonatos, tendo como objetivo a anti-reabsorção e o fortalecimento ósseo, diminuindo o risco de fraturas. Existe também o Denosumabe, fármaco que age na redução da reabsorção óssea e fraturas. De forma interessante, os medicamentos anti reabsortivos, além de reduzir o risco de fraturas, também geram benefícios como diminuição de risco de doenças cardiovasculares e até mesmo redução da taxa de mortalidade.
Além destes, há também os fármacos formadores, como o Romosozumabe, indicado para idosos com baixa massa óssea, pacientes com fraturas por fragilidade, ou que não estejam respondendo a outros tratamentos. Trata-se de um remédio injetável, e que, segundo Parente, tem tido resultados promissores.
Esses são alguns exemplos de tratamentos eficazes e indicados por médicos especialistas. No entanto, ter atenção à saúde, praticar uma rotina saudável, ter uma dieta rica em minerais, principalmente vitamina D e cálcio e fazer exercício físico, são métodos de prevenção ideal e podem garantir uma melhor qualidade de vida.
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