Em agosto de 2021, o Painel de Cientistas da Organização das Nações Unidas para Mudanças Climáticas divulgou um relatório que prevê um colapso ambiental na Terra nos próximos anos. A entidade alertou para mudanças climáticas irreversíveis e eventos extremos, como secas prolongadas, ondas de calor, tempestades e furacões.
Para minimizar os danos ambientais provocados pelo homem e tentar alcançar um futuro mais saudável, é necessária uma transição para sociedades sustentáveis. A engenheira florestal e licenciada em Ciências pela ESALQ-USP, Karoline Silva, aponta a educação ambiental como ferramenta transformadora neste processo:
“A educação ambiental nas escolas é capaz de transformar o futuro, especialmente agora que a humanidade enfrenta o colapso ambiental. Então, precisamos criar esses espaços de ensino-aprendizagem com as crianças, a fim de transformar os modelos produtivos e as sociedades, rumo a sociedades sustentáveis”, declara Karoline.
Em seu trabalho de conclusão de curso em Engenharia Florestal e Licenciatura em Ciências Agrárias, a engenheira realizou um estágio em uma escola pública de Piracicaba, município do interior de São Paulo, onde promoveu atividades de educação ambiental com uso didático de um material sustentável que considera pouco explorado: o bambu.
Como metodologia de trabalho, foram realizadas quatro aulas com duas turmas do ensino fundamental 2. Segundo a pesquisadora, antes do projeto, muitos estudantes ainda não conheciam o material ou a planta bambu. Portanto, além contribuir para a formação ambiental dos alunos, o projeto também proporcionou novos conhecimentos sobre as espécies vegetais.
Segundo Karoline, o bambu é um material de alto potencial sustentável, capaz de crescer rápido e cujo a planta contribui para diminuir o efeito estufa, pois é capaz de absorver altos índices de dióxido de carbono (CO²) da atmosfera. Dentre os usos sustentáveis possíveis, o bambu pode servir como matéria prima para iniciativas de bioconstrução, que são construções sustentáveis a partir do emprego de materiais e técnicas de baixo impacto ambiental.
Karoline Silva e os estudantes utilizaram as técnicas de bioconstrução com bambu: “nós (professores e alunos) construímos um jardim vertical feito de bambu que foi fixado na área externa da escola” conta Karoline.
As ações desempenhadas no projeto adotaram um carácter lúdico, com o objetivo de instigar os alunos e ensinar sustentabilidade de uma forma atrativa e divertida para as crianças. A engenheira conta que buscou trazer atividades mais lúdicas a fim de criar novos espaços de formação de educação ambiental dentro das escolas e dessa forma instigar os alunos e os professores a transformar seus próprios espaços de ensino.
As mudanças climáticas e o agravamento dos problemas ambientais fazem com que seja cada vez mais urgente pautar esse tema desde o início da vida escolar: “Percebemos cada vez mais a necessidade de discutir sustentabilidade dentro das escolas. Essa discussão se torna cada vez mais importante e ganha mais espaço no ambiente escolar”.
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