A primeira atividade de quem busca um turismo guiado em ambientes naturais é a procura por mapas e roteiros que, com o auxílio de guias turísticos, possam orientar o melhor trajeto para o passeio. Para isso, o grupo de pesquisa do IGc publicou um mapa geoturístico do Litoral Norte de São Paulo. Além disso, as irregularidades das moradias em regiões serranas continuam sendo um problema para as atividades como essa em ambientes naturais.
As quatro principais cidades do Litoral Norte do estado de São Paulo: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba foram escolhidas para fortalecer a importância da multidisciplinaridade da atuação dos profissionais deste núcleo para as Geociências.
O geoturismo, atividade extremamente importante, mas ainda pouco divulgada em comparação com o Ecoturismo, é um ramo que sempre necessitará da inclusão de novidades. O conjunto de ações realizadas por diferentes profissionais em ambientes naturais tem como principal objetivo a proteção das metodologias eficientes de Geoconservação para torná-las mais evidentes e práticas na sociedade.
Uma característica notável de pessoas que tiveram contato com os territórios ricos em potenciais ambientes turísticos e naturais é que elas são fielmente envolvidas com a sustentabilidade. Com equipes bem preparadas para iniciarem ocupações e pesquisas geocientíficas a organização das expedições fica mais fácil. Normalmente é baseada no consenso dos próprios geólogos com outras áreas científicas. Principalmente, quando se apoiam na afirmação de que a geodiversidade é fator essencial nas discussões globais atuais que se referem às mudanças climáticas, Metas da ONU para o Desenvolvimento Socioeconômico e combate ao desmatamento de matas ciliares.
Exposição das belezas naturais sobrepõe os interesses da pesquisa geológica
O mapa geoturístico tem como papel apoiar e promover a unificação de uma identidade regional do território inventariado. Procura relacionar com a maior severidade possível as abordagens correlatas entre geologia, população e seus recursos. “Essa modalidade [o geoturismo e suas necessidades] é um processo relativamente novo. Nem por esse motivo vem sendo abordada de maneira superficial”, disse a professora do IGc / USP Maria da Glória Motta Garcia. Ela é coordenadora do NAP e mantém há mais de dez anos pesquisas em Geoconservação.
As motivações que fazem esse ramo da geologia estar sempre em constante crescimento variam bastante. Os viajantes normalmente não percebem as relações que muitos pesquisadores e especialistas estabelecem com o Meio Ambiente durante suas expedições. Quando famílias e excursões turísticas vão para o Litoral Norte — área que é o objeto desse primeiro mapa geoturístico do portal GeoHereditas —, por exemplo, não buscam nada além do entretenimento e a diversão que a infraestrutura praiana das cidades pode oferecer.
Se os pesquisadores e os turistas têm algo em comum quando circulam em ambientes naturais é que normalmente não irão se preocupar com a desvantagem da ausência de conforto durante suas passagens no território consultado ou desbravado. Isso ocorre com maior intensidade na rotina desses profissionais, que podem ser geólogos, biólogos, espeleologistas e turismólogos.
A Geologia fazendo com que pessoas comuns saibam reconhecer seus territórios
A Geologia também contribui com a sociedade trazendo diversas propostas que buscam soluções para problemas sociais. Um exemplo é a retirada de pessoas de suas moradias de áreas de alto risco de desmoronamento de terra. Essa ação é executada porque é muito arriscado deixar de lado o estudo do nosso espaço: os arredores naturais do ambiente urbano e as próprias zonas impermeáveis, onde majoritariamente vivemos.
Marcio Curvello, graduando em jornalismo e profissional da Defesa Civil de São João do Meriti – RJ, em entrevista à AUN, relacionou a permanência de moradores em locais com construções nos territórios considerados irregulares e o desenvolvimento de turismo regional. “O grande papel da Defesa Civil é fazer com que as comunidades, e a população como um todo, estejam preparadas para esses eventos naturais que podem ocasionar tragédias”, disse Curvello.
Esses fenômenos naturais acontecem há milhões de anos, enquanto essa intervenção em territórios arriscados ainda é recente. “A intervenção humana no ambiente natural, seja para qualquer fim, já é o próprio risco. Só ocorrem mortes e pessoas lesadas por esses fenômenos porque as pessoas não são educadas para terem o conhecimento crítico e separarem o que é território seguro do inseguro”, afirmou.
Ainda segundo ele, os planos de contingência elaborados nas Defesas Civis municipais são essenciais tanto para a prevenção de perdas materiais como também de vidas (sejam de moradores da região ou pessoas que visitam as áreas rotineiramente estabelecidas como de alto risco). A maior parte dos profissionais que trabalham nas Defesas Civis são geólogos e pessoas relacionadas de alguma forma com a geografia local. Tanto é que os mapas de geoturismo, com o auxílio de plataformas digitais, se tornaram uma parte fundamental na educação geológica-ambiental dos frequentadores e residentes desses terrenos, como também na parte de divulgação segura de informações para a prevenção de riscos.
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