![Escola Parque / 2014](https://aun.webhostusp.sti.usp.br/wp-content/uploads/2017/11/fabio-rossi_ag-o-globo-678x381.jpg)
O Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) completou, neste mês, uma década e os alunos do 9º ano e do ensino médio ainda apresentam números abaixo das metas estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Nas duas últimas divulgações (2013 e 2015), apenas as turmas dos anos iniciais do ensino fundamental atingiram notas acima do esperado.
A análise, escalada de zero a dez, é feita com base nas taxas de aprovação e no desempenho dos estudantes em leitura e matemática, calculado pela Prova Brasil. A avaliação é aplicada na quarta e oitava séries (quinto e nono ano).
O professor da Faculdade de Educação da USP, Ocimar Alavarse, afirma que um grande obstáculo para a melhoria do ensino no país é o alto número de reprovações, já que a situação alerta para uma deficiência no processo pedagógico. “As escolas brasileiras não conseguem e não têm a intenção de fazer um trabalho de acompanhamento individual dos jovens. O aluno que reprova já sinaliza isso ao longo do ano letivo”, explica. Para o pedagogo, é fundamental que os estudantes sejam aprovados ano a ano e que essa mudança seja acompanhada por melhorias nas capacidades de leitura e resolução de exercícios.
Em 2016, um a cada quatro alunos não foi promovido da primeira para segunda série do ensino médio, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Além disso, cerca de 100 milhões de alunos do ensino fundamental foram retidos em alguma das séries no mesmo ano.
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Educação integral não soluciona problema
Há dez anos, o Governo Federal criou o Programa ‘Mais Educação’ com o objetivo de melhorar a aprendizagem em língua portuguesa e matemática no ensino fundamental, por meio da ampliação da jornada escolar de crianças e adolescentes.
As escolas que aderem ao projeto podem optar por dois planos para além do tempo regular. O mais enxuto é o de cinco horas de acompanhamentos pedagógicos das duas disciplinas básicas. O outro orienta o colégio a oferecer 15 horas de tarefas, das quais 8 são para as mesmas matérias e 3 para afazeres escolhidos pela própria instituição.
O professor Alavarse afirma que o projeto de educação integral não deveria focar nas duas matérias base. “A expansão da carga horária é ideal para melhorar o ensino em áreas deficitárias. Seria boa para aprimorar a educação artística, por exemplo”, explica.
Olhares para o futuro
De acordo com o MEC, o objetivo único para as instâncias municipais, estaduais e federais é alcançar seis pontos até 2022.
Alavarse explica que há escolas em diferentes patamares de excelência e para que o propósito seja alcançado é necessário analisar não só os resultados, mas também as trajetórias das escolas, já que a partir delas é possível dizer se uma instituição está dentro do esperado. “Quando você olha para a rede privada do Sudeste, que atende a uma pequena demanda, é claro que os resultados são muito mais altos do que o sistema público.”
Muito boas as matérias e gostaria de receber por email.
Grata.
kathia