Evento discute saúde como investimento, não gasto

Lançamento de estudo conjunto traz novas interpretações e sugestões para a saúde na América Latina

Imagem: Freepik

Trabalhadores que estão com plena saúde têm melhor desempenho em suas funções, refletindo maior produtividade e, em nível nacional,  influenciam positivamente no PIB. Um aumento de 10% na expectativa de vida ao nascer pode elevar o crescimento econômico anual em 0,3 a 0,4 pontos percentuais.

Essa é uma das conclusões alcançadas no estudo lançado em 2024 pelo Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP, chamado Financiamiento de la Salud Pública en América Latina: estudios sobre Argentina, Brasil, Chile, Colombia, México y Perú, em parceria com a Federação Latino-Americana da Indústria Farmacêutica (Fifarma).

O principal objetivo da pesquisa é investigar aspectos econômicos e da prestação de serviços de saúde na América Latina, com uma análise qualitativa e quantitativa dos investimentos nessa área nos seis países.

Em setembro, houve o lançamento oficial do estudo através de um evento online. O webinar contou com a participação de alguns dos pesquisadores, que explicaram suas partes da obra. 

O professor Pedro Dallari, diretor do IRI, introduziu o estudo, explicando seus principais objetivos, sua metodologia e suas divisões. Depois, as professoras Marislei Nishijima e Maria Antonieta Lins explicaram sobre seus países analisados, Brasil e México, respectivamente. Por fim, houve uma rodada de perguntas entre os pesquisadores.

Desafios a serem superados

No artigo assinado pelos professores Pedro Dallari e Guillermo Ortiz, pesquisador colaborador do IRI, são destacados alguns desafios que os países analisados devem superar para melhores resultados na saúde pública.

Sobre investimentos, os pesquisadores afirmam que, para melhoria efetiva da saúde, o Estado deve enfrentar barreiras econômicas e demográficas, garantindo equidade nos serviços.

Outro ponto importante é a garantia de acesso aos medicamentos. Nos países analisados, foi constatado que os remédios são muito caros, dificultando o acesso da população aos tratamentos necessários, além da alta taxa de falsificação desses produtos. Para isso, os pesquisadores afirmam que boa parte do orçamento deve ter essa finalidade, deixando as medicações acessíveis e seguras para toda a população.

Dallari afirmou, no evento de lançamento, que “a distribuição de renda é o grande problema da América Latina, que tem a ver com a desigualdade social”. Enquanto houver essa desigualdade, haverá disparidade no acesso à saúde. Assim, para melhorar a saúde nesses países, também é necessário resolver esse problema.

O estudo também demonstra preocupação com um evento demográfico mundial: o envelhecimento da população. Este não é um fator exclusivo dos países mais desenvolvidos, também é evidente na América Latina, o que impacta significativamente no custo da saúde pública de cada país.

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