A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio que causa o interrompimento e a retomada da respiração diversas vezes. Associada ao estreitamento e a flacidez da garganta, a anomalia leva a uma obstrução recorrente durante o sono, e pode provocar ronco. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), orientada por Pedro Genta, pneumologista e professor universitário, observou que existe uma relação entre a gordura visceral e a classificação de Mallampati, sistema utilizado pelos anestesiologistas que prevê a facilidade de intubação de um paciente.
O estudo comparou homens brancos e descendentes de japoneses e considerou fatores como apneia do sono, anatomia da via aérea, dados antropométricos que são um conjunto de técnicas utilizadas para medir as partes do corpo humano, e gordura visceral. “Eles foram categorizados a partir da idade e da gravidade da apneia, explorando a influência do volume e gordura da língua na classificação de Mallampati”, explica Pedro Genta, médico entrevistado pela Agência Universitária de Notícias (AUN).
Os pesquisadores descobriram que existe uma relação entre o tamanho e o volume da língua e a escala de Mallampati. A pesquisa confirmou a hipótese de que o ganho de peso pode resultar em um acúmulo de gordura na língua e ao aumento do seu volume, elevando os riscos do paciente apresentar ronco ou apneia do sono. Ou seja, o aumento da gordura corporal e sua consequente deposição de gordura na faringe levam a flacidez da garganta, aumentam o tamanho da língua, e elevam a escala de Mallampati.
É válido lembrar que existem alguns pacientes apresentam predisposição a apneia, por mais que o quadro seja associado ao estreitamento e flacidez da garganta. “Os fatores predisponentes mais importantes são a obesidade, a idade e o sexo masculino”, ressalta Genta. O não tratamento da doença, pode levar a uma piora nos quadros clínicos, diminuindo a qualidade de vida e sono do paciente, e de quem convive com ele.
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