Desde os tempos antigos, a humanidade prega uma suposta perfeição física e estética. Um dos grandes problemas desse processo é que, frequentemente, a trajetória das pessoas em prol desse objetivo carece de orientação correta ou até mesmo, a própria instrução em si. Na hora de iniciar uma vida ativa, muita gente tem dúvidas a respeito da viabilidade de treinamento levando em consideração a idade de cada um, mas esse critério é imposto apenas pelo senso comum.
Pensando nisso, a AUN (Agência Universitária de Notícias) conversou com o professor Valmor Tricoli, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP), coordenador do Grupo de Estudo e Pesquisa em adaptações neuromusculares ao treinamento de força, para que ele pudesse orientar aqueles que buscam realizar qualquer tipo de treinamento físico, em especial os de força, e tirar algumas dúvida sobre o assunto.
Para o professor Valmor: “A treinabilidade de força existe durante toda a vida, desde quando se é criança, até quando se atinge a velhice, o que muda é a magnitude”. Embora isso aconteça, ele esclarece: “Existe um momento da sua vida que será sua ‘era de ouro’, mas nada impede que os treinamentos sejam realizados em qualquer momento dela. Não existe nenhuma evidência científica que o treinamento pré púbere, por exemplo, prejudique o desenvolvimento humano de alguma forma.”
O professor discorre sobre possíveis motivos que levam as pessoas a treinar. “Para ganhar força existem dois componentes, um é o neural e o outro é o morfológico. O segundo é que atrai a maioria das pessoas, aqueles que desejam mudar a forma de seu corpo para ficar mais bonito ou ganhar massa muscular, por exemplo. O problema é que não adianta entrar na academia hoje e achar que semana que vem já terá uma diferença visual, é um processo”. Um levantamento realizado em Minas Gerais corrobora com a fala de Valmor. O estudo publicado pela EFdeportes mostra que mais de 50% das pessoas que se inscrevem para treinar em academias têm como prioridade a questão estética.
Apesar da empolgação que muitos têm no início, o docente alerta sobre algumas questões importantes na hora de realizar treinamentos físicos. Ele destaca a necessidade de que todo o processo seja acompanhado por um profissional da área, para que se evite uma sobrecarga física que poderia resultar em lesão. Mesmo a atividade física não sendo responsável pelas lesões, se o treinamento for absurdamente desproporcional pode levar a mesma. Mas não é só isso. “Principalmente para quem está começando agora, é uma boa ideia ir conversar com o seu médico”. O professor completa: “Não para ele te falar de treino, mas para avaliar se você realmente tem condições de praticar atividade física. Isso independe do tipo de treinamento que será realizado, na medida do possível é aconselhável que você procure um médico”.
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