Estudo indica que ômega 3 pode auxiliar no tratamento e prevenção da Covid-19

Ácidos graxos poli-insaturados possuem propriedades anti-inflamatórias e demonstram potencial benéfico para o tratamento de doenças

Cápsulas de suplementos e complementos alimentares ômega 3 / Imagem: Freepik

Os ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 (AGPIs n-3) surgem como uma possibilidade promissora para a profilaxia das pessoas que possuem risco para a Covid-19. As características do ômega 3 são benéficas para a manutenção da saúde do organismo humano e impactam de forma positiva no trato de doenças causadas por inflamação.

De acordo com Mahyara Kus-Yamashit, mestre em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo, os ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 têm características peculiares: “Eles conseguem modular toda a resposta imune do organismo e agem como anti-inflamatórios. Por conta dessas duas propriedades, eles podem tanto prevenir como ajudar no tratamento da Covid-19”.

Mahyara publicou o artigo Considerações sobre a participação dos ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 na epidemia por Covid-19 em conjunto com o professor Jorge Mancini Filho, do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da FCF-USP. Ela explica que os estudos ainda não acabaram, mas destaca o potencial benéfico dos AGPIs por suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras.

O ômega 3 possui condições de aumentar a resistência do organismo humano em relação ao Covid-19, mas também pode ser importante no cuidado com outras doenças. “Do ponto de vista funcional, ele participa das membranas celulares e do ponto de vista metabólito ele aumenta a resistência do organismo contra infecções”, indica Mancini Filho.

O organismo humano não tem condições de sintetizar esses ácidos graxos, visto que ele não é capaz de produzir o EPA ou DHA, componentes do ômega 3. Desse modo, os AGPIs devem ser obtidos a partir da dieta. Eles podem ser encontrados principalmente através do consumo de peixes oleosos, como o salmão, o arenque, o bacalhau e a tainha. Outra forma de adquirir os ácidos graxos são as cápsulas de suplementos alimentares.

Salmão, peixe oleoso rico em ácidos graxos poli-insaturados /Imagem: Freepik

Mancini Filho explica que os ácidos graxos poli-insaturados podem ser encontrados em abundância nas regiões frias. Nesses locais os pescados apresentam maior quantidade de AGPIs porque é através do consumo do plâncton que eles podem ter em sua composição o ômega 3.

No Brasil, o ômega 3 não é tão utilizado quanto poderia. Além da exploração mediana da atividade pesqueira, poucos alimentos são suplementados com os ácidos graxos, ao contrário de outros países pelo mundo. “Na Europa e nos Estados Unidos, diversos alimentos, como leite, sucos, balas são suplementados com ômega 3. Assim, as pessoas podem consumir através do alimento. Hoje, no Brasil, nós não temos essa oferta”, aponta Mahyara.

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