Pesquisa estuda reparos do DNA mitocondrial

[Imagem: Reprodução/Hippopx]

A ciência sempre busca alternativas para solucionar problemas inerentes ao nosso organismo. Um destes casos é o reparo do DNA mitocondrial, com menos incidência na célula do que o nuclear, mas que carrega informações importantes do código genético humano.

A dissertação de mestrado de Rebeca Bueno Alves, Investigação do papel de alquiladenina DNA glicosilase (AAG) no reparo de bases alquiladas no DNA mitocondrial de camundongos, defendida no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ/USP), analisa os processos de reparos do DNA no organismo humano.

O DNA mitocondrial é o material genético extranuclear das mitocôndrias, as organelas responsáveis pela conversão de energia na célula. Ele é herdado da mãe e possui uma taxa de mutação dez vezes maior do que o nuclear. Essa replicação acelerada pode resultar em implicações na saúde humana.

“A origem do DNA mitocondrial ainda é imprecisa”, conta Rebeca. “A teoria mais aceita é de que, nos primórdios, a célula absorveu organismo estranho, que passou a se replicar no interior celular.” A transcrição dos genes da mitocôndria, segundo ela, pode implicar em consequências para a célula e os genes.

Essas lesões no DNA mitocondrial ocorrem, especialmente, por conta da localização da mitocôndria na célula. “Próximo à mitocôndria há a cadeia transportadora de elétrons, no qual o oxigênio é reduzido. Por transportar elétrons, diversas reações de oxidação ocorrem na região”, afirma.

“Por conta dessas lesões em diferentes estruturas da célula, há diversas formas de reparo”, explica Rebeca. “Conjuntos de proteínas resultam em diferentes lesões. Cada pessoa vai ter uma resposta a esse reparo.”

O estudo com os camundongos possibilita uma análise geral dessas possibilidades de reparo. Em especial, destaca-se o tratamento de câncer. “Essas estratégias são muito usadas no controle de tumores, como os de mama.”

Ao testar a resposta das enzimas em camundongos, é possível ter uma análise prévia de possíveis resultados em humanos. “Cada substância tem um efeito quimioterápico diferente sobre o indivíduo”, conta a pesquisadora. “O estudo em mamíferos é importante porque conseguimos saber o comportamento geral de uma enzima específica em mamíferos. Sem isso, não há como prosseguir as pesquisas.”

“A próxima fase do estudo é entender como essas lesões podem atrapalhar a replicação do próprio DNA”, afirma Rebeca, que participa do grupo de pesquisa da professora do IQ, Nadja Cristhina.

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