A pesquisa teve início em 2019 como projeto de iniciação científica da aluna de graduação Gabriela de Freitas Morais e foi orientada pelo professor Angelo Salvador Filardo Junior. Após a aprovação, a aluna deu início ao desenvolvimento do método que seria utilizado para mapear as regiões sul e sudoeste da cidade de São Paulo, e posteriormente outros vetores de crescimento do município.
A escolha do vetor sudoeste por parte de Gabriela se justificou através da observação de que a região em questão já passava por transformações significativas desde a virada do século. As mudanças são percebidas e classificadas principalmente a partir dos conceitos de verticalização e adensamento, que se dividem em adição, substituição, consolidação e salto de urbanização.
De acordo com o método desenvolvido, imagens do ano de 2010 e de 2018 foram comparadas e cada imóvel, ou terreno, que deu lugar a outro tipo de construção, ou que passou pelo processo de demolição, foi catalogado de acordo com a Classificação Local Climate Zones. Como o projeto foi proposto para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) no ano de 2018 e aprovado em 2019, tratavam-se das imagens mais recentes e coincidiam com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao longo de 2019 esses fatores foram estudados e classificados, seguidos pela confecção de mapas, tabelas e gráficos que serviram de base para a publicação do relatório final de iniciação científica. O projeto que leva o nome de “Dinâmicas Demográficas e Crescimento Urbano Metropolitano: Influência do crescimento no vetor sudoeste sobre as áreas de mananciais no extremo sul do município de São Paulo” foi concluído e publicado em 2020.
Devido à importância da pesquisa, outras duas etapas foram instituídas e outros dois bolsistas foram convidados a participar: Felipe Augusto, responsável pelo mapeamento da zona norte, e Laura Marques Gonçalves, que está estudando a zona oeste. As atividades estipuladas para a continuação do projeto foram a finalização do mapeamento, que será concluída ainda esse ano, e a consolidação da leitura geral da região metropolitana de São Paulo, com pretensões de expandir a metodologia para outras grandes cidades do Brasil.
Em entrevista à AUN, o aluno Felipe Augusto conta que “o objetivo inicial era centrado na verticalização e adensamento, mas o projeto se estendeu e também busca mapear as tendências de crescimento e modificação de cada região”. Além de compreender quais os agentes responsáveis pelas modificações que ocorrem e os impactos sociais desses acontecimentos ao longo da década.
As mudanças percebidas são classificadas de acordo com os critérios de verticalização, quando um imóvel ou terreno dá lugar a um edifício, adensamento e compactação, “que se dá a partir do parâmetro urbanístico chamado Taxa de Ocupação, que é a proporção da área de ocupação do edifício em comparação com a área do lote”, como explica o aluno.
O trabalho de pesquisa que está sendo realizado pelos três bolsistas será publicado por cada um deles ao fim desse processo, que acontecerá esse ano. O projeto composto pelos três alunos sofreu uma modificação em seu nome em comparação com o que foi publicado por Gabriela, passando a se chamar “Dinâmicas Demográficas e de Crescimento Urbano Metropolitano: mapeamento das transformações na região metropolitana de São Paulo”.
A importância de conhecer as transformações ocorridas na região se dá pela função de base que a pesquisa adquire no momento em que os dados coletados podem ser sobrepostos e comparados com mapeamentos de renda, cor e legislação, por exemplo. As informações que foram e estão sendo catalogadas e classificadas devem atender às necessidades de futuras pesquisas e serão essenciais para que novos estudos e projetos contemplem a região metropolitana de São Paulo.
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