Robôs desenvolvidos pela USP auxiliarão o trabalho nos hospitais durante a pandemia

A equipe multidisciplinar da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) está investindo no desenvolvimento de robôs com o intuito de facilitar a dinâmica de oferta de serviços realizada dentro dos hospitais em cenário de pandemia de Coronavírus. A iniciativa é resultado da atualização de um projeto idealizado, em 2019, com outros propósitos, e é coordenado pelo professor Leopoldo Yoshioka, do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli.

Esses robôs são dispositivos projetados para ajudar no transporte de remédios, exames, equipamentos médicos e facilita o acompanhamento de pacientes nas dependências do hospital. Os equipamentos também se destacam no auxílio de práticas em benefício do distanciamento social e cumprimento de medidas sanitárias adequadas.

No início de 2019, o grupo da Poli idealizou um delivery robô que iria transportar alimentos dentro dos institutos da USP. Após seis meses de implantação do projeto, os primeiros casos de Covid-19 foram detectados e o grupo recebeu uma proposta do Hospital Universitário (HU) para desenvolver ferramentas que auxiliassem o trabalho da equipe hospitalar. Ambos os fatores contribuíram para que a equipe da Poli reformulasse o conceito e as propostas de utilização do robô.

No início de 2020, o projeto começou a trabalhar na construção de um robô hospitalar. “Nós pegamos o delivery robô e fizemos alterações de acordo com as necessidades do hospital. Então, transformamos seu design em um armário para transportar os medicamentos e equipamentos hospitalares necessários”, explica Lucas Domingues Boccia, membro do projeto e graduando da Poli.

Outro propósito projetado para o robô ajudar no combate da pandemia é utilizando-o no acompanhamento de pessoas sem limitações de mobilidade pelo hospital, reduzindo o contato humano. Com isso, os robôs foram confeccionados para facilitar a rotina e gestão administrativa do HU, contribuindo para a automatização de demandas e melhor gestão do tempo da equipe de trabalho.

Para realizar essas tarefas, o design do robô foi planejado como um armário com prateleiras que comportam medicamentos, exames e outros equipamentos hospitalares. Para circular pelo hospital com segurança e evitar colisões com as pessoas, o design do dispositivo também foi desenvolvido para ser alto, espaçoso e bem visível.

Como os robôs irão se locomover por todas as áreas do HU, sua estrutura foi planejada também para facilitar a mobilidade. “As rodas dele (robô) funcionam tanto para andar normalmente quanto para rotacionar. Colocamos isso, para que ele consiga fazer curvas pequenas”, esclarece Gabriella Arbulu Cury, membro da área de mecânica do projeto e graduanda em Engenharia Mecatrônica pela Poli.

Atualmente, a versão final do robô hospitalar experimenta um processo de testes e análises e, futuramente, será validada. “Provavelmente em agosto, a gente já consiga fazer todos os testes de validação”, expõe o graduando Lucas, que serão realizados dentro do HU e avaliarão o desempenho do robô e sua relação com os funcionários. Após o fim dos testes, o projeto será submetido aos órgãos reguladores da saúde e, após aprovados, liberados para o uso em hospitais.

Após implantação e comprovação da eficiência do robô hospitalar, a equipe da Poli-USP almeja levar o projeto para lugares, como o Hospital das Clínicas (HC). O grupo é uma iniciativa de automação que objetiva trazer inovações para área da saúde, otimizando e facilitando a realização de diversas tarefas de responsabilidade médica.