Pesquisadora do Instituto de Química (IQ) da USP, Daniela Truzzi, recebeu o Prêmio Programa para Mulheres na Ciência 2020 em parceria com L’Oréal Brasil, a Unesco no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). A premiação se deu em razão da pesquisa Dinitrosilos complexos de ferro (DNICs) e sua relevância em processos promovidos por óxido nítrico em meio biológico, laureada na categoria Ciências Químicas. As vencedoras recebem prêmio de 50 mil reais.
A premiação busca dar visibilidade para figuras femininas na área científica. A cada ano, 14 membros do júri do programa selecionam trabalhos com potencial de encontrar soluções para importantes questões ambientais, econômicas e de saúde.
“São avaliados a qualidade e impacto do projeto e do trabalho anteriormente desenvolvido pela candidata, assim como a independência e potencialidade da candidata frente ao sucesso do projeto”, diz Daniela em entrevista para a Agência Universitária de Notícias. Para participar, as candidatas devem escrever um projeto de pesquisa (que deve ser realizado em instituição brasileira), ter concluído doutorado a partir de 2013 e ter um currículo Lattes atualizado.
A pesquisa busca entender como o óxido nítrico se comporta no meio biológico, além de estudar uma classe de seus metabólitos, os Dinitrosilos Complexos de Ferro (DNIC). O óxido nítrico é um radical livre gasoso produzido naturalmente por nosso organismo. Ele está envolvido em vários processos fisiológicos e patológicos e desempenha papéis importantes na vasodilatação, na inflamação e na resposta imune.
Para investigar o mecanismo de formação dos DNICs é necessário trabalhar em ausência de oxigênio (para evitar reações secundárias) e em condições de interesse biológico como meio aquoso e pH 7.4. Como as reações são muito rápidas, para monitorá-las utiliza-se um equipamento de mistura rápida com fluxo interrompido (Stopped Flow) acoplado a detector de Uv-vis. Para a caracterização de intermediários e coprodutos trabalha-se com Ressonância Paramagnética Eletrônica (RPE).
O projeto não foi concluído e está em fase de coleta de dados. Daniela faz mestrado no Instituto de Química. O projeto conta com o financiamento do Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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