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O consumo de chocolate faz parte do cotidiano da população brasileira. Segundo a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas), 88% dos brasileiros compram o produto para consumo próprio, e esse ano, durante a Páscoa, mais de 18 mil vagas de empregos temporários foram criadas para acompanhar o aumento de demanda característico da época.
Porém, apesar de todo o dinheiro movimentado por essa indústria, existe um fator que preocupa os consumidores na hora de comprar chocolate: a saúde. Dessa maneira, o consumo de produtos com ingredientes mais saudáveis pode influenciar as decisões na hora das compras. Ainda, segundo o relatório “Brazil food trends 2020”, o desenvolvimento de formulações mais saudáveis em alimentos é uma forte tendência no país.
Pensando nisso, a professora Suzana Caetano da Silva Lannes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, coordenou um estudo para melhorar as propriedades nutricionais de chocolates. Em entrevista concedida à AUN ela explicou que o produto com adição de uva liofilizada em pedaços – Vitis vinifera – e de folha de couve liofilizada em pó apresenta maiores valores de fibra alimentar e um maior teor de minerais. “A qualidade nutricional melhora muito quando comparado aos chocolates simples”, afirma a pesquisadora.
![couve-liofilizada-empo-chocolate](http://paineira.usp.br/aun/wp-content/uploads/couve-liofilizada-em-po-2-300x300.jpg)
Além disso, Suzana também observou que o chocolate ao leite enriquecido com uva e couve liofilizadas passa a ter um maior ganho antioxidante. Os antioxidantes têm sido explorados em profundidade devido à sua associação com benefícios para a saúde. Essa substância é comumente correlacionada com propriedades funcionais, como uma alternativa para reduzir ou evitar doenças não degenerativas, podendo acarretar em um menor risco de distúrbios de saúde. “Antioxidantes ajudam a reduzir o envelhecimento celular do consumidor”, conta a professora.
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Além desse estudo, Suzana, que faz parte do Departamento de Tecnologia Bioquímica-Farmacêutica, também orientou Sílvia Ainara Cardoso Agibert em seu doutorado. Durante os estudos, foram adicionadas microcápsulas de óleo de amendoim alto oleico, cujo valor nutricional está associado à presença do ácido oleico. Segundo Suzana, esse ácido “tem propriedades nutricionais muito interessantes, pois reduz o LDL – colesterol ‘ruim’ – sem alterar o HDL – colesterol ‘bom’”. Além disso, a sustância também estimula a produção de probióticos L. casei e ainda tem a capacidade de “aumentar o período de validade do chocolate para o consumo”, afirma.
Ainda para as pesquisadoras, as informações obtidas comprovaram a viabilidade tecnológica para a produção e comercialização de um produto alimentício com grande importância nutricional.
Portanto, os resultados obtidos em ambas pesquisas mostram que o chocolate pode ter melhores propriedades nutricionais e, com isso, geram boas perspectivas para o forte ramo alimentício desse produto. Com esse ganho nutricional, o nível de consumo, que já é grande, pode ter um potencial de crescimento ainda maior no futuro.
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