Metodologia reduz gastos de energia em equipamentos hidráulicos

Diagrama que ilustra um processo produtivo e suas relações com a humanidade e o meio ambiente [Imagem: Reprodução]

Uma pesquisa da Escola Politécnica da USP diz ser possível fazer alterações em certos equipamentos industriais hidráulicos de grande porte para que gastem menos energia e paguem o próprio custo em menos de três anos. A metodologia é favorável com esforços das grandes empresas em adotar práticas sustentáveis e foi proposta pelo engenheiro mecânico, Guilherme Francis Fagundes Sortino, em sua tese de doutorado no início deste ano.

Prensa hidráulica da empresa Voith, na Alemanha [Imagem: Reprodução]
Segundo Guilherme, a motivação para descobrir um método que reduzisse gastos energéticos excessivos veio de um curso ministrado pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore. O pesquisador participou da atividade, intitulada “The Climate Reality” em 2013, e, como diz: “Foi aí que eu vi a importância de buscarmos soluções sustentáveis e caminhos melhores para que o planeta possa nos abrigar de maneira contínua por muitos e muitos anos”. Dessa forma, como engenheiro que tem contato desde jovem com a indústria, resolveu utilizar seus conhecimentos para essa causa.

Apesar de no Brasil existirem mais empresas de menor porte e que não possuem muitos recursos tecnológicos, a metodologia de Guilherme ainda é válida. “Nós oferecemos, dentro da tese, duas avenidas de possibilidades. Uma delas implica em alta tecnologia e investimentos, mas a outra é mais acessível”. Assim, o pesquisador afirma que essas empresas podem utilizar, para suas máquinas industriais, um sistema start-stop similar ao que existe em certos automóveis hoje em dia. Isso quer dizer que os equipamentos desligariam automaticamente quando não usados, reduzindo significantemente o consumo de energia.

Máquina de grande porte depois da implementação da solução de maior grau tecnológico [Imagem: Reprodução]
Sua pesquisa de campo na Mercedes-Benz do Brasil e na Voith da Alemanha também permitiu ao engenheiro a elaboração de um método mais complexo que envolve um grau tecnológico maior. “Empresas com valor agregado maior no processo industrial podem adotar tecnologia de ponta que substitui todo o sistema hidráulico convencional. Tudo isso gerenciado por equipamentos e softwares de última geração”. Dessa forma, explica Guilherme, a máquina pode ter uma estrutura antiga, mas consegue incorporar uma “musculatura” e inteligência que a modernizam e aumentam sua eficiência.

As perspectivas para o futuro da sustentabilidade na indústria deixam o engenheiro mecânico otimista. Um colega dos tempos em que trabalhava na Ford ficou sabendo de sua tese e o convidou para apresentar o tema na Semana de Engenharia da Faculdade de Engenharia de Sorocaba. “Havia mais ou menos 50 pessoas na sala e já eram alunos mais graduados. A maioria estava fazendo estágio e a receptividade foi muito boa. Foram feitas perguntas muito pertinentes e vários alunos demonstraram interesse em levar as ideias da tese para dentro das organizações que estavam engajados”, conta Guilherme.

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