Iniciativa de conscientização infantil sobre animais se expandirá para jovens adultos

O Projeto Santuário leva o conceito de saúde única às crianças através de peças teatrais e campanhas de conscientização

Iniciativa de conscientização infantil sobre animais se expandirá para jovens adultos. Foto: Divulgação/Projeto Santuário

O número de animais que vive sob condições de maus-tratos, ou nas ruas, ou que são abandonados ainda é muito grande. O número de donos e ex-donos, com pouca informação ou educados erroneamente sobre determinados assuntos também é. O Projeto Santuário, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, atua no sentido de diminuir ambas estatísticas. Em quase oito anos de existência, ele vem aprimorando técnicas e buscando atingir um número cada vez maior de pessoas através da conscientização.

“A gente visa a saúde única, um conceito novo no Brasil, que é a relação entre saúde humana, animal e ambiental”, explica a aluna Loren D’Aprile, envolvida no projeto desde 2012. “Queremos estreitar a relação com a comunidade para ensinar mais sobre os animais, sobre posse responsável, os mitos e verdades da castração, a proliferação de doenças, os malefícios do abandono e várias outras coisas.”

Para isso, os 23 graduandos participantes ativamente do projeto, que é aberto a qualquer um que queria participar, se reúnem uma vez por mês para planejar suas próximas ações e atuações. A principal delas vem na forma de um teatro infantil apresentado em escolas que tem por objetivo ensinar as crianças de quatro a dez anos sobre os cuidados com seus bichos de estimação. “É uma peça bem interativa e é ótimo porque as crianças realmente entendem e se preocupam”, explica Loren.

Ao todo, o projeto já realizou mais de 42 peças de teatros, atingindo cerca de 12.600 crianças. Além disso, foram realizadas mais de 120 palestras para 12 mil adultos e várias outras atividades na área. O formato dá tão certo que o grupo planeja expandir o projeto, criando uma nova peça teatral voltada para um público que era pouco atingido antes, os jovens de 15 a 17 anos.

O desenvolvimento está indo aos poucos, para que o resultado final seja o melhor possível. “Estamos fazendo um trabalho com máscaras com a ajuda de uma aluna de artes cênicas porque não queremos um trabalho amador”, explica Loren. “A intenção é que a peça seja lúdica, mas que atinja o público numa questão mais de consciência, porque os jovens relativizam mais que as crianças.”

Além disso, recentemente, o grupo conseguiu mais um feito: um veículo que anda pela cidade em determinados dias para realizar a castração de cães e gatos de forma gratuita. O castramóvel é acompanhado pelos residentes de cirurgia formados na FMVZ e pelo Projeto Santuário para conscientizar os donos sobre todos os processos, mitos e verdades da castração. “Muitas pessoas vão castrar porque alguém sugere, mas às vezes a pessoa não entende a proporção em saúde pública que isso alcança, não só a questão da saúde, mas também todo o fator de convívio animal.”

Para Loren, o projeto funciona tão bem porque o que realmente falta para as pessoas, nesses casos, é orientação. “Elas não sabem que podem fazer diferente e a gente percebe isso quando retorna para algum lugar que já atuamos e vemos as crianças e adultos falando sobre as atitudes que mudaram em sua rotina com o animal. É por isso que a gente acredita que a educação é a base para mudar o mundo.”

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