
No dia 16 de outubro de 2024 ocorreu uma oficina com trabalhadores da saúde organizada pelos participantes do PET-Saúde: Equidade (Programa de Educação pelo Trabalho pela Saúde) da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP). A oficina teve como tema raça e etnia, dentro do encontro do café colaborativo do Kilomboeste, um fórum de trabalhadores situado na Zona Oeste de São Paulo. Ela foi realizada no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Itapeva, na Rua Carlos Comenale, 32, na Bela Vista.
“O nosso objetivo nessas oficinas é abordar as questões raciais que impactam tanto os usuários quanto os trabalhadores da saúde. Não é raro que ocorram situações de racismo nesses ambientes, entre usuários do sistema de saúde, entre profissionais ou envolvendo usuários e profissionais no mesmo caso”, diz Jaqueline Lemos, professora do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica.
Com a temática Equidade, o ciclo atual se organiza na Escola de Enfermagem por meio de grupos de aprendizagem tutorial. Seu projeto é intitulado Rede colaborativa para a promoção da equidade de gênero, raça, etnia, sexualidade, idade, geração e para pessoas com deficiência no trabalho no Sistema Único de Saúde.
O Ministério da Saúde concede bolsas para os alunos, que são oito em cada um dos cinco grupos tutoriais; também há dois docentes tutores em cada grupo, além de dois preceptores, selecionados entre trabalhadores do setor.
As bolsas dos estudantes têm como valor de referência as bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na modalidade Iniciação Científica, no valor de R$ 700. Também são garantidas bolsas aos tutores e preceptores, com valores variáveis.
No caso da EE, está envolvida ainda no Programa a profissional Gabriela Oliveira, que além de trabalhadora do setor também participa do movimento negro de forma ativa.
Jaqueline, que ministra a disciplina Enfermagem Materno-infantil e Psiquiátrica no curso entre o 5º e o 6º semestres da graduação em enfermagem, ressalta a importância da extensão no trabalho em saúde mental. “Há um primeiro ciclo básico e só no terceiro ano de fato o aprofundamento, quando a saúde mental e os transtornos psiquiátricos são tratados de forma específica. É muito importante que a saúde mental esteja em questão na enfermagem, tanto em relação aos pacientes quanto aos trabalhadores da saúde, pois impacta muito no trabalho que está sendo feito”, diz Jaqueline.
Além das oficinas, os grupos se dividiram para estudar cada um dos temas, no caso raça e etnia, sexualidade, gênero, etarismo e pessoas com deficiência. No futuro, esse conhecimento produzido será trabalhado também com os profissionais de saúde.
“Em agosto, fizemos um ‘encontrão’ para que cada grupo apresentasse o roteiro formativo que preparou. Na sequência, em setembro, os grupos estudaram as apresentações que os demais fizeram na ocasião através do roteiro elaborado”.
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