Pontes e plataformas de petróleo são obras que pesam milhares de toneladas. Esse peso todo é convertido em material gasto e custos de construção, seja em concreto e asfalto no caso de pontes ou aço para as plataformas. Nesses dois casos é fundamental que a estrutura seja rígida e possua alta resistência mecânica e contra o intemperismo do ambiente.
Para buscar um equilíbrio entre diminuir o material gasto e manter a estabilidade estrutural, os engenheiros desenvolvem técnicas de otimização topológica, simulando por computador diferentes arquiteturas possíveis e encontrando a mais eficiente para a construção. Renato Picelli é professor do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), e conta mais como a otimização topológica é grande aliada na extração de petróleo.
Estruturas offshore
Na Engenharia Naval, Piscelli pesquisa como aplicar otimização topológica em estruturas offshore. O professor explica melhor:“Estruturas offshore são todas as estruturas fora da costa, no mar ou no oceano. O Brasil é uma potência na extração de petróleo submarino via plataforma flutuante, e há também os navios de transporte via cabotagem, que levam mercadorias pela costa marítima do Brasil”.
Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, o Brasil possui 148 poços pré-sal, dos quais foram extraídos 3,336 milhões de barris por dia de petróleo apenas em fevereiro de 2024. A exportação de petróleo no mesmo mês chegou a 2,7 bilhões de dólares.
Computação de ponta
O professor explica melhor a importância do software que está desenvolvendo, que permitirá construções marítimas mais duráveis e eficientes: “Para usar a otimização topológica para achar somente a estrutura, já existem softwares comerciais na indústria. Já na interação fluido-estrutura ainda não existe, ou seja, o método somos nós que estamos criando”.
Conforme explica Renato Picelli, a ideia é que, após pronto, o produto possa ser amplamente usado, sendo mais um exemplo de como a pesquisa científica aplicada na realidade fora da USP: “A ideia de quem faz pesquisa em engenharia é que no futuro, os métodos desenvolvidos na universidade possam estar disponíveis para o engenheiro no dia. Essa é a ciência do negócio, é criar métodos que ainda não existem.”
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