Primeiro Simpósio de Espectrometria de Massas é realizado pela Medicina da USP

Técnica garante análise mais precisa de doenças e auxilia no controle de impureza durante a fabricação de medicamentos

Evento contou com a presença de cerca de 90 pessoas (Foto: Divulgação/FMUSP)

A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) sediou o 1º Simpósio de Espectrometria de Massas em Medicina neste mês no Anfiteatro da Técnica Cirúrgica, localizado dentro do campus. O evento inédito atraiu cerca de 90 participantes, entre estudantes, especialistas e pesquisadores.

A organização do Simpósio foi realizada pela professora Edna Regina Nakandakare, do departamento de Clínica Médica da Disciplina de Endocrinologia, em conjunto com a professora Valéria Sutti Nunes, também pesquisadora e endocrinologista, e o médico Elvis Medeiros de Aquino, perito criminal da Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo (SPTC).

Embora o evento seja novidade, a técnica já é realidade há algum tempo para a Faculdade de Medicina da USP tanto nos Laboratórios de Investigação Médica (LIMs) quanto no Laboratório Central do Hospital das Clínicas. Aquino destaca que a pandemia diminuiu a interação da comunidade acadêmica com o público externo e, por isso, a retomada destes encontros é importante.

Durante o simpósio, foi discutido o papel da espectrometria de massas na prática médica contemporânea a partir das novas pesquisas e das aplicações já em vigor. Segundo Aquino, a técnica está cada vez mais presente como método primordial de análises laboratoriais. “É uma das principais ferramentas de pesquisa de novos biomarcadores”.

Espectrômetro de massa (Imagem: Wikimedia Commons)

Entre as áreas beneficiadas pela espectrometria de massa estão a microbiologia clínica, a patologia clínica e a cirurgia, além da própria medicina laboratorial. Por se tratar de uma técnica de alta sensibilidade quantidades muito diminutas daquilo que se pretende analisar são necessárias. Como exemplo, Aquino cita que “é possível detectar a presença de substâncias psicoativas em amostras de sangue em concentrações tão baixas quanto nanogramas por mililitro”. 

O uso do espectrômetro de massa na triagem neonatal, popularmente conhecido como “teste do pezinho”, também foi um dos tópicos abordados. “Dezenas de doenças podem ser identificadas precocemente por meio de espectrometria de massas, possibilitando uma intervenção também precoce e com maior sucesso de êxito”, aponta o médico.

A reunião projetou não apenas as aplicações atuais da espectrometria de massas, mas também as perspectivas futuras na medicina. A iniciativa teve a chancela da Comissão de Cultura e Extensão Universitária e contou com o apoio da DIREX-LIMs, consolidando-se como um marco para a comunidade acadêmica interessada nas fronteiras da ciência médica.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*