Indústria de eletrodeposição ganha novos processos com menor impacto ambiental

Latão Galvanizado [Imagem: Reprodução PARINOX]

Em tese defendida na USP, Kayo Santana Barros defende duas mudanças de metodologia no processo de eletrodeposição do latão, liga composta por cobre e zinco.  Primeiramente, a substituição do uso do agente complexante, que comumente é o cianeto, pelo EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético). O pesquisador também propõe um novo método de tratamento do efluente gerado no processo da eletrodeposição.

Segundo o engenheiro, essa indústria é de extrema importância para a sociedade. Ela consiste em cobrir peças, geralmente metálicas, com outros tipos de metais com diversas finalidades. “Se cobre uma peça com diversos metais, cobre, zinco, níquel, depende do objetivo daquela peça. Pode ser decoração, pode ser que ela vá em um carro e precise ter uma soldabilidade melhor, uma condutibilidade térmica”, explica o pesquisador.

Contudo, esse processo pode causar danos severos ao meio ambiente. O uso de cianeto, em caso de vazamento, é prejudicial para a saúde humana. Além disso, ao final da eletrodeposição, a água utilizada contém metais acima dos limites permitidos por lei e necessita de um tratamento específico. Esse tratamento se dá convencionalmente através da precipitação química, pela adição de um reagente ao efluente para que os metais tóxicos presentes na solução migrem para o estado sólido. Essa lama gerada também deve ser retirada da água e disposta em aterros sanitários específicos para produtos perigosos.

A tese de doutorado do Kayo Santana Barros aborda essas duas etapas e propõe soluções para ambas. Com relação ao uso de cianeto, o pesquisador usa técnicas, que já vêm sendo foco de outras pesquisas, para substituição por EDTA como agente complexante. É essa a denominação para compostos que se associam a íons metálicos, necessários para o processo de eletrodeposição.

Essa alternativa já vem sendo estudada há um tempo por pesquisadores. Já para o despejo do efluente tóxico, o engenheiro elaborou um processo de eletrodiálise, que separa os metais em soluções mais e menos concentradas através de membranas. Dessa maneira, ao final do estudo, Kayo Santana Barros obteve água praticamente isenta de metais tóxicos e, adequada para ser reutilizada pela própria indústria galvânica.

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