Em novembro de 2021 foi lançado o livro “Patrimônio geológico Paulista: uma viagem pelo tempo geológico em 50 geossítios”, no canal do YouTube da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo). De autoria da professora Maria Glória Garcia, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc/USP), o livro é uma realização da parceria entre Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão (Funep), Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), Associação Brasileira de Defesa do Património Geológico e Mineiro (AGeoBR), IGc/USP e Grupo Geo Hereditas, com patrocínio do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).
O livro apresenta ao público geral os principais geossítios do Estado de São Paulo e convida o leitor a conhecer sua geodiversidade passando por cuestas, montanhas, rios, praias e muito mais. A publicação visa contribuir para a ampliação da consciência coletiva sobre os patrimônios que devem ser protegidos enquanto recursos naturais e seu valor científico, cultural e educativo. A professora Maria Glória, conta que o livro é resultado de um projeto de pesquisa para um inventário do patrimônio geológico de São Paulo que se iniciou em 2012 como um projeto do Ciências sem Fronteiras, que hoje não existe mais.
O objetivo inicial era selecionar locais de interesse geológico que tivessem relevância científica dentro do estado e construir um inventário dessas informações para subsidiar políticas públicas de uso sustentável dos recursos geológicos. “Os geossítios são locais que contam uma parte da história geológica de determinada região, se você tem vários geossítios, juntos eles contam uma história geológica inteira”, explica Maria Glória.
Os inventários de patrimônio geológico, segundo a professora, são a primeira etapa de uma pesquisa de geoconservação, porque é preciso conhecer o que está à sua volta para fazer um diagnóstico da potencialidade deste local, seu valor científico, e os riscos de degradação. Dado isso, o projeto de pesquisa foi subdividido em duas partes, primeiro foram coletadas as informações de valores científicos dos geossítios, e na atual fase a pesquisa procura identificar e diagnosticar o potencial para o geoturismo, educação e os benefícios para a população, como também busca descobrir se os locais estão seguros e quais são as possíveis ameaças.
A professora Maria Glória enfatiza que o livro possui uma linguagem acessível, sem tantos termos técnicos e jargões, assim o leitor encontrará conhecimento técnico-científico traduzido em uma linguagem de fácil entendimento. “Optei por uma linguagem mais popular porque se trata de um livro de divulgação científica para o público geral que procura aproximar a população desse conhecimento”, explica a pesquisadora. Ela também ressalta que o livro tem uma importante contribuição na aproximação do público com as universidades, assim como na luta pela valorização da ciência.
A primeira etapa do inventário também resultou em um mapa interativo geológico, contendo informações de 142 geossítios subdivididos em onze categorias geológicas que podem ser consultadas por todos. O inventário do patrimônio Paulista é flexível e dinâmico, e é o primeiro inventário sistemático do Brasil. “Esperamos que tenham mais exemplos de outros Estados, não queremos que seja apenas uma lista, mas que sirva de subsídio para um uso sustentável”, comenta Maria Glória
O mapa acompanha um formulário para inserção de novos geossítios, acesse: https://docs.google.com/forms/d/1txoyTbSjn9Ga_SduKRg6sEQr2hlARV2C0k9tHmMrzfs/viewform?edit_requested=true
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