Os ventos podem alterar o meio intergaláctico em distâncias maiores do que se esperava. Eles são aglomerados de partículas carregadas eletricamente e geradas a partir de galáxias ativas ou starbursts.
“Esses ventos são produzidos no interior das galáxias a partir de processos físicos. Quando há uma quantidade de ar quente, ele começa a se expandir, e é isso que acontece nas galáxias. Com esses processos físicos, o gás que fica no interior da galáxia, geralmente frio, se aquece e começa a empurrar os materiais que a compõem” explica William Bohórquez, mestre em Ciências pelo IFUSP.
Por esse motivo, os ventos galácticos são formados nos dois tipos de galáxias citados. As starbursts têm formação estelar, o que gera o aquecimento dos gases. Já galáxias ativas podem ser caracterizadas por possuírem um núcleo ativo.
“Esse tipo possui luminosidade e quantidade de energia que conseguimos observar. Quando concentrada no centro é muito maior que todas as outras estrelas”, completa William.
Ele ainda explica que existem suspeitas de que, há muitos anos, a Via Láctea era uma galáxia ativa, mas atualmente não existe essa relação de luminosidade e energia entre o centro e as estrelas.
Formação estelar
Ventos galácticos podem ser resultado da formação estelar. “O gás frio do interior das galáxias juntamente com o trabalho da gravidade forma estrelas. A gravidade colapsa o gás frio que já está comprimido, e ao aumentar a densidade, começam a formá-las” esclarece o pesquisador.
Esse tipo de formação dos ventos ocorre nas starbursts, que são caracterizadas por atravessarem um processo intenso de formação estelar, em geral, por consequência de uma colisão entre duas galáxias, o que gera muita energia para o universo.
O processo de nascimento de uma estrela envolve elementos tanto químicos quanto físicos. Para se formar, o gás comprimido explode e isso libera muito material no espaço, que por sua vez aquece o meio interestelar, que acarreta na formação dos ventos galácticos.
Evolução Galáctica
A formação de galáxias é uma área da astrofísica muito estudada e investigada, e, de certa forma, se liga à evolução das galáxias. “Os gases que compõem a galáxia estão caindo pelo efeito da gravidade no centro dela. No centro de todas elas, existe um buraco negro, no qual o gás está caindo. O que estudamos são os eventos de núcleos ativos, que acontecem quando o gás cai no centro do buraco negro” explica William.
Quando os gases interagem com o buraco negro, raios luminosos são produzidos de forma perpendicular à galáxia, o que gera energia e consequentemente os ventos galácticos. O pesquisador expõe que um dos grandes objetos de estudo é como os gases que entram nele saem em forma de luz, ou seja, retornando a energia para o espaço.
“Os diferentes estágios de evolução das galáxias precisam ser entendidos para que possamos avançar e compreender muitas outras partes do universo. Saberemos como os ventos interagem, como a matéria é transformada, vamos conseguir ver para trás”, conclui William sobre o estudo da formação dos ventos galácticos e sua influência na evolução.
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