Jornal de divulgação científica volta a ser produzido no Instituto de Química da USP

Revista 'O Alquimista', patrimônio do Instituto de Química da USP impossibilitado de ser produzido durante a pandemia, retorna com novas edições e muitas páginas de informação científica de qualidade

Você já pensou no que estaria acontecendo em um mês de maio no meio dos anos 2000? A memória do ser humano muitas vezes falha e, para relembrarmos uma situação, utilizamos registros. Foi justamente pensando em guardar momentos importantes que o professor Hermi Brito iniciou, em 2004, a produção do jornal O Alquimista, no Instituto de Química da USP.

Apesar da publicação mensal nos anos anteriores, em 2020, com o início da pandemia de COVID-19, o jornal parou pela primeira vez. Mas, no começo desse ano, O Alquimista voltou, agora em formato de revista e com novo conteúdo.

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Bruna Larotonda, editora da revista junto com o professor Hermi, contou em entrevista à Agência Universitária de Notícias (AUN) que as mudanças para o relançamento foram muitas, mas sempre respeitando as opiniões do criador e também seu carinho por sua obra. Entre as novidades estão a divisão em editorias, o design e a presença de temas nas edições. “A gente preferiu fazer cada edição focada. Então se você tem uma edição temática [é mais fácil de] pensar em um estilo, de pensar na capa, dar um espaço para cada assunto de cada vez. Então a gente pode reunir ali coisas que aparentemente não se conversam muito, mas que partem de um tema comum”, explica.

O novo design, como conta Bruna, buscou modernizar as edições, bem como atender características mais observadas em revistas científicas. “A gente ficou pensando como é que faria para voltar, dar uma repaginada no visual, deixar uma ‘coisa’ um pouco mais moderna e mais profissional”. Ela ainda completa contando que “pesquisou bastante em revistas de ciência em geral, ideias de capa, de design, de editoração”.

 

À esquerda a capa do jornal O Alquimista, edição nº 164 de março de 2020. À direita, a capa da edição mais recente – nº166 – de dezembro de 2022. Bruna e Hermi contam com uma equipe que trabalha com o design e produção das notícias da revista. O projeto gráfico atual é de Daniel Kniss e Lara Ribeiro Gianini.

Além do projeto gráfico, os conteúdos do jornal — que agora é uma revista — também sofreram alterações. Anteriormente, os conteúdos tinham o intuito de guardar memórias, com textos sobre eventos, reprodução de textos das mídias e comemoração de datas de aniversário, por exemplo. A nova versão une o caráter memorista às notícias de autoria própria e à divulgação científica com reportagens sobre o potencial de óleos essenciais encontrados na Mata Atlântica, que atendem ao mercado crescente de produtos naturais, uma vez que eles têm tanto a função sensorial quanto ação antimicrobiana. 

A divulgação científica e o papel social de uma revista como O Alquimista

A próxima edição de O Alquimista, segundo Bruna, terá o tema “Premiados”, temática que busca destacar personalidades — professores, pós-graduandos, graduandos — que tenham ganhado prêmios em suas respectivas áreas. Na última edição, o tema foi a ciência no combate aos microrganismos.

É possível notar que ambos os assuntos se aproximam de temas atuais na mídia comum, o que facilita a divulgação de trabalhos para além da academia. Em seus quase 20 anos de existência, O Alquimista sempre visou o público interno do Instituto de Química, mas, para Bruna, as mudanças na revista também buscam atrair leitores externos. 

“Ela [a revista] pode servir de fonte, por exemplo, para outros veículos de comunicação ou até para quem tenha interesse de conhecer as pesquisas daqui, conhecer o que se faz aqui. Para vir, de repente, fazer uma pós-graduação ou alunos que estão no ensino médio e querem ingressar na faculdade. A ideia é ser uma vitrine do Instituto”, diz Bruna, que também acredita que, como parte da universidade pública, a revista é “uma forma da gente mostrar o serviço que a gente faz, para as pessoas valorizarem, porque já vi a frase — e concordo — que as pessoas só valorizam o que elas conhecem”. 

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