Pesquisa da Poli avança na procura de cura para doenças neurológicas

Redes neurais desenvolvidas na USP servem de plataforma para pesquisas médicas

[Imagem: Reprodução Gerd Altmann]

O pesquisador Rafael Fernandes Pinheiro usa, em sua tese de doutorado que teve como orientador o Prof. Dr. Diego Colón (LAC-POLI) e, defendida em dezembro de 2021, sistemas computadorizados para simular o cérebro humano e fazer experimentos focados em neutralizar doenças degenerativas parecidas com Alzheimer. Rafael Pinheiro é atualmente pesquisador em um programa de pós-doutorado no Center for Innovative Care and Health Technology (ciTechCare – Instituto Politécnico de Leiria) em Portugal

Os sistemas partiram de uma questão clássica de aviação chamada de Problema de Lurie onde uma série de equações diferenciais, que existem há quase um século, determinam a instabilidade gerada por micromovimentos do piloto de uma aeronave. Esse problema contém uma entrada e uma saída, por isso é chamado de Siso (Single Input, Single Output ou Única Entrada, Única Saída) e a sua solução ajudou a diminuir o número de acidentes aéreos.

A extrapolação para diversas entradas e saídas, o Mimo (Multiple Input, Multiple Output ou Múltiplas Entradas, Múltiplas Saídas), consegue servir de modelo para diversas situações. Uma delas, a rede neural de Hopfield, emula o funcionamento do cérebro humano. “A grosso modo, é melhor testar soluções em simulações antes de testar em um ser humano”, comenta Rafael Fernandes.

Representações de Siso e Mimo, que pode possuir um número maior de entradas e saídas. [Imagem: Reprodução/homepages.ed.ac.uk]
Quanto melhor se consegue simular o cérebro humano, melhor se consegue prever seu comportamento e a resposta de certos tratamentos a doenças parecidas com Alzheimer. O pesquisador faz uma importante ressalva: “Jamais teria pretensão de falar que isso é uma modelagem do Mal de Alzheimer, porque [a doença] é muito mais complexa”.

Contudo, o modelo consegue avaliar possibilidades úteis para que se lide com doenças degenerativas neurológicas. Os neurônios funcionam em uma estrutura semelhante às redes simuladas pelo pesquisador e doenças como Alzheimer afetam essa rede de maneiras específicas. Simular alterações nas ligações das redes, aliadas a novas possíveis tecnologias que permitam fazer o mesmo futuramente em neurônios humanos, pode ser o caminho para se combater essas doenças.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*