Novas estratégias nutricionais aplicadas à dieta de vacas leiteiras aumentam o desempenho da produção

Pesquisa da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia apresenta duas formas de otimizar a nutrição dos animais

[imagem: reprodução/Pixabay]

Entre os fatores que definem a qualidade da produção de vacas leiteiras estão o manejo adequado dos animais, construção de uma rotina de ordenha e alimentação, ventilação do ambiente em que estão inseridas, o bem estar, hidratação, dieta proporcional à produção de leite de cada vaca e a nutrição balanceada. Em relação a esse último, uma pesquisa da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ) analisou duas estratégias para otimizar a produção destes animais.

Realizada no Laboratório de Pesquisa em Bovinos de Leite da FMVZ, coordenado pelo professor Francisco Palma Rennó, a pesquisa de mestrado da zootecnista Milena Bugoni implementou estratégias diferentes na dieta de dois grupos de vacas holandesas em lactação. Depois foram analisados a digestibilidade dos nutrientes, a fermentação ruminal,  os metabólitos sanguíneos, síntese de proteína microbiana e a produção e composição do leite. Os estudos foram conduzidos com 28 vacas divididas em grupos de tratamento e controle em períodos alternados de 21 dias.

O primeiro estudo substituiu parcialmente o milho moído, cereal comumente utilizado na dieta das vacas em lactação, por extrato de malte seco de cevada. Os resultados desse experimento foram o aumento da produção e melhora na composição do leite quanto ao teor de gordura e de proteínas, e resultados positivos na fermentação ruminal. “As vacas tiveram maior disponibilidade de proteína ou de amido, que são a energia usada na produção de leite. Por isso elas aumentaram a produção de leite, porque essa estratégia nutricional foi eficaz em aumentar a disponibilidade desses nutrientes para o aproveitamento do animal”, explica Milena.

Por sua vez, o segundo estudo também produziu resultados positivos. Neste, foram acrescentados à dieta as enzimas amilolítica e proteolítica, que aumentaram a produção de leite e as concentrações de proteína no leite.  “Os animais produziram mais propionato, que é um ácido graxo de interesse para maior aporte energético dessas vacas. Também teve resultado positivo na destilar de nutrientes, ou seja, maior disponibilidade de amido para as vacas que receberam as estratégias nutricionais em comparação ao grupo de controle”, acrescenta.

Como a dieta desses animais é baseada em soja e milho, produtos que sofrem muita oscilação de preço, os resultados positivos dessa pesquisa podem servir como alternativa para as estratégias de nutrição. Tanto o extrato de amido quanto as enzimas atendem às exigências energéticas de vacas leiteiras de alto desempenho e produzem a melhora da eficiência produtiva, em conjunto com a redução dos custos com alimentação.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*