Alternativas ao tratamento convencional de pés diabéticos

O diabetes é uma doença que afeta diretamente o metabolismo, essa síndrome resulta no aumento significativo da taxa de glicose (açúcar) no sangue. O processo natural é que ao ingerir algum alimento, carboidrato e açúcares em geral, o corpo humano comece a trabalhar para degradar essas moléculas maiores, as transformando em partículas menores, capazes de serem utilizadas pelas células. Deste modo, posteriormente, esses pequenos fragmentos são transformados em energia, fonte que mantém a homeostase, ou seja, condições mínimas de equilíbrio que o corpo necessita para realizar todas  as funções adequadamente.

O ator de todo o processo é a insulina, hormônio produzido no pâncreas que possibilita que todo o açúcar que está circulando no sangue adentre às células. No caso de um diabético, a primeira possibilidade é o pâncreas não ser hábil o suficiente para produzir a insulina em quantidades satisfatórias em função de suprir as necessidades do organismo. Uma segunda alternativa é o caso do hormônio não ser capaz de agir plenamente no organismo, caracterizando uma resistência do corpo à insulina.

A forma de controle da doença é através de uma dieta balanceada e atividade física regular, combinados com medicamentos via oral, dependendo do caso com aplicações de insulina, sempre de acordo com a prescrição médica. Se o paciente não seguir as recomendações médicas o diabetes pode atingir níveis extremos de descontrole. O resultado dessa desobediência é uma sobrecarga de açúcar no sangue, podendo ser acompanhado de cargas de gordura, impedindo uma circulação plena do sangue e levando diversas células à morte. Com isso, o sistema imunológico fica prejudicado, quadro que pode levar a uma série de complicações.

Além da glicose e insulina

O pé diabético é uma dentre as diversas adversidades que pode acometer os pacientes que estiverem com quadro clínico desregulado. Afinal, problemas de circulação dos membros inferiores, lesões e feridas teoricamente simples que não cicatrizam, progredindo para infecções sérias, podem em muitos casos levar à amputação do membro.

Os sintomas para as complicações em pé diabético são inúmeros: formigamento da área, perda de sensibilidade, dores e queimação nos pés e pernas, até sensação de agulhadas e dormência. Contudo, muitos pacientes não procuram auxílio médico imediato por acharem fatores ou lesões irrelevantes, mas que para um diabético apresentam elevado risco. Deve-se ter atenção, visto que a amputação se dá em razão de uma rápida infecção causada por microorganismos resistentes a um considerável espectro de antibiótico, podendo chegar até a dez o número de fármacos ineficazes contra uma única bactéria, dificultando em muito o tratamento de maneira plena.

Um tratamento alternativo, de significante desconhecimento da população e de médicos, pode contribuir para diminuir os casos de amputação. Por meio de uma terapia fotodinâmica, ou seja, usando energia luminosa (não térmica) é possível regredir uma infecção séria. Caso detalhado pelo professor Mauricio da Silva Baptista, formado em Farmácia e Bioquímica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), e professor de Bioquímica no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP). “Utiliza-se a luz na presença de compostos que absorvem esta energia luminosa e a transforma em energia química (espécies oxidantes que lesionam biomoléculas de microorganismos infectantes),  para fazer uma desinfecção local e estimular a regeneração do tecido. O tecido desinfectado, preserva boa parte da estrutura original e se regenera.”

Pesquisas aprofundadas, segundo o cientista Caetano Padial Sabino formado em Ciências Fundamentais para a Saúde no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, demonstram a seriedade do problema: “a doença do pé diabético causa 85% das amputações de membros inferiores no Brasil e no mundo. Portanto, é evidente que as soluções atuais da medicina moderna falharam na resolução deste problema.”

O caso de pés diabéticos são extremamente preocupantes, com a dificuldade do tratamento convencional. Contudo, há uma alternativa que apresentou bons resultados com alguns grupos de pacientes, demonstrando um cenário animador. Como explica Padial Sabino: “em um estudo clínico realizados pelo Dr. João Paulo Tardivo, médico líder da equipe de nossa start-up (BioLambda), foram selecionados 34 pacientes com alto risco de amputação. Enquanto a terapia fotodinâmica pôde evitar amputação de 17 dos 18 pacientes tratados, o tratamento com 2 antibióticos convencionais combinados não pôde salvar nenhum dos 16 pacientes tratados neste grupo”. Portanto, a terapia fotodinâmica tem um potencial excelente para o tratamento de sérias infecções, tais como as encontradas nas feridas de pés de diabéticos.

Prevenção e Sintomas

O fato é que o paciente deve tomar algumas precauções quanto aos pés e membros inferiores, além do controle natural do nível glicêmico. Deste modo, o Ministério da Saúde lançou o Manual do Pé Diabético, disponível no portal do governo brasileiro.

O manual contém algumas diretrizes básicas, como a inspeção diária por parte do paciente, procurando lesões, feridas, alterações nas unhas, proeminências ósseas até mudanças na forma dos pés. Também é necessário utilizar sapatos adequados ao tamanho e formato dos pés, sempre confortáveis e que não apertem, evitando calçados abertos. Quanto ao banho, evitar temperaturas extremas, sejam quente ou fria, podendo causar lesões e desconforto. Cuidado ao cortar as unhas, por ser um momento preponderante à feridas e unhas encravadas.

Basicamente, ter uma atenção especial a tudo que pode lesionar os membros inferiores, evoluindo para um caso clínico mais agudo. Sempre procurando um médico mediante o mínimo desconforto, fora as consultas regulares a cada três ou, no máximo, seis meses.

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