Big Data traz inovação e melhoria operacional a diferentes negócios

Empresas com área de sistemas sofisticada se beneficiam da tecnologia para ampliar e melhorar negócios

Big Data diz respeito ao processamento rápido de grandes quantidades de dados diferentes. Foto: Pixabay (www.pixabay.com)

Lidar com as frequentes mudanças do ambiente de negócios é algo comum para as empresas hoje em dia. Saber como agir em frente a múltiplos cenários é essencial para a sobrevivência no mercado, e se utilizar da tecnologia para atuar de forma mais eficiente deixa de ser vantagem e passa a ser obrigação. Volumes gigantescos de dados em alta velocidade e com enorme variedade podem trazer enormes benefícios aos negócios de uma empresa, e a capacidade de manipular toda essa informação é o pensamento por trás da tecnologia Big Data.

Por ser uma modernização recente, que se encontra em desenvolvimento e, apesar de trazer diversos ganhos, ainda não possui grande adoção por muitas empresas. “É importante ressaltar que não são todas as empresas e todos os setores que podem se beneficiar dessa tecnologia”, afirma o pesquisador em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Michel Lens Seller, através da tese “Big Data, capacitações dinâmicas e valor para o negócio.”

Seller afirma que um pré-requisito para que as empresas possam se beneficiar muito da tecnologia é que já tenham um determinado nível de sofisticação da área de tecnologia da informação (TI), pois desenvolver e utilizar sistemas e soluções com Big Data não é algo trivial. Empresas que tenham que lidar, pela natureza do próprio negócio, com dados que possuam as características dos 3 V’s (grande volume, alta velocidade e enorme variedade) são as que mais se beneficiam da tecnologia.

Utilizando o Big Data, as empresas podem extrair diferentes benefícios para o seu negócio. Durante a formulação de sua pesquisa, Seller realizou estudos tanto de casos em que a tecnologia permitiu com que empresas inovassem no mercado de trabalho, quanto de casos em que as empresas melhoraram seus processos, aumentando sua eficiência operacional.

O pesquisador conta que a empresa A (não identificada para manter confidencialidade), que realizava soluções antifraude de transações bancárias, possuía um produto no mercado que conseguia captar muitos dados, e analisando-os com o Big Data, pôde lançar um novo produto completamente inovador. Outro caso é o da empresa B, de e-commerce, que criou, através da tecnologia, processos que analisam outros sites e adaptam seus preços de acordo com a variação do concorrente a chamada precificação dinâmica.

Para conseguir processar toda essa informação, seria necessária uma enorme quantidade de mão de obra. “São dados demais para serem analisados por seres humanos”, conta Seller. Assim introduz-se o machine learning, uma tecnologia que permite a criação de um sistema com capacidade de analisar as informações do Big Data e tomar decisões de negócio por conta própria.

Há também quem utilize todos os dados fornecidos pela tecnologia Big Data, não para a inovação ou melhoramento do próprio negócio, mas para a criação de comércio de venda de informação. Se beneficiando da Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor em 2012, a empresa C coleta informação de milhares de bancos e consegue fazer levantamentos a respeito de pessoas físicas e jurídicas. Dependendo da informação, pode ser extremamente valiosa para outras empresas intencionadas em lucrar com a vantagem.

Paralelo a essa tecnologia e mercado pensados em cima do uso de dados, há também o mau uso de informações pessoais. Definida para entrar em vigor a partir de fevereiro de 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados tem o intuito de proteger dados tratados no Brasil. A lei garante que o cidadão tenha o direito de saber o que está sendo feito com seus dados, além de poder pedir que a empresa apague seus dados. “Essa lei justamente serve para minimizar o risco que existe de mau uso dessas informações que estão circulando, queira ou não queira”, explica Seller.

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