Mineração oceânica é alternativa sustentável para o Brasil

A exploração dos oceanos foi estudada em pesquisa pioneira da Poli [Foto: DIVEMAG]

Um vasto estudo foi conduzido para um doutorado na Escola Politécnica da USP acerca dos mistérios da mineração oceânica nacional. A pesquisa é de autoria de Luciano Rocha, engenheiro de minas pela Universidade Federal de Minas Gerais, e é uma das pioneiras no que se remete a esse campo de exploração da natureza.

A ideia apareceu por acaso, como conta Luciano, que trabalha em uma empresa de mineração: “Na verdade eu estava trabalhando em outro projeto, com minério de ferro, mas com uma mudança de empresa, tive que abandonar a pesquisa. No final foi uma boa coisa, pois o assunto que desenvolvi na tese é muito mais interessante e importante”. Para ele, isso acontece porque o Brasil ainda se encontra pouco desenvolvido nas questões de mineração oceânica, apesar de seus recursos serem imensos.

“O Brasil está muito atrasado nas questões de aproveitamento mineral nos oceanos”, revela o pesquisador. Apesar disso, a inexperiência do País no ramo não impede Luciano de olhar o caso com otimismo, por causa das questões ambientais que seu estudo propõe: “Introduzir o assunto sustentabilidade para algo que está ainda embrionário é muito interessante, pois a ideia já nasce com a sustentabilidade embutida nela, fazendo parte da cultura”.

Essa ainda parece ser a principal preocupação do trabalho do pesquisador, que decidiu nomear sua tese como Mineração oceânica: uma alternativa sustentável para o aproveitamento de areias quartzosas. Segundo ele, o cuidado que se deve ter com o ambiente nas questões de mineração dos oceanos é mais imprescindível que o normal: “É muito importante que empreendimentos minerais oceânicos contemplem a questão da sustentabilidade desde os projetos conceituais. Os impactos causados por uma mineração submarina sem controle ambiental são muito maiores que em continente. A mentalidade “sustentável” é fundamental para o sucesso de um empreendimento deste tipo”.

Como conclusão de sua pesquisa, o engenheiro de minas chega tanto a conhecimentos científicos e ambientais quanto reflexões filosóficas. De acordo com ele, a inexperiência do Brasil e o seus vastos recursos oceânicos requerem nossa humildade, por causa dos muitos mistérios que ainda cercam a mineração oceânica.

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