Estudo da Escola Politécnica propõe modelo para indústria da moda

O segmento da moda pode não ser tão flexível quanto se parece à primeira vista [Reprodução]

Contrariando o que normalmente se espera do instituto, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo foi berço de uma tese sobre meios de modernização no mundo da moda. A pesquisadora é Adriana Bertoldi Carretto de Castro, formada em Ciências Econômicas pela Unesp, mas que desde o seu mestrado vem contribuindo academicamente com a USP.

A proposta da pesquisa é simples, porém ambiciosa: a criação de um modelo que possa ser seguido pelas empresas do ramo para a melhora da competitividade da indústria. Para isso, Adriana dividiu a sua tese em duas partes: “No meu estudo bibliográfico pude, através da literatura, definir conceitos relacionados. Na pesquisa de campo, estudei as publicações da Vogue Americana, com as produções de moda de empresas de alta costura”.

O assunto do estudo não veio por acaso. Adriana conta que é apaixonada por moda e queria saber como esse mundo funcionava. “O mecanismo, os ciclos, realmente é isto que me interessa compreender”, explica a pesquisadora. Dessa maneira, viu em seu doutorado uma oportunidade de unir o útil ao agradável, escrevendo algo que considera útil para todos: “O assunto é intrigante, então tanto pessoas que trabalham com moda quanto leigos, mas interessados, podem ler”.

Mas não são apenas os leitores que se beneficiam da análise. Adriana é muito grata pela sua pesquisa, pois a colocou mais em contato com esse segmento da cultura que tanto admira. “Hoje eu compreendo muito melhor os ciclos de moda, o estabelecimento de tendências e o desenvolvimento de tendências futuras” explica. Ela ainda considera esse conhecimento muito mais importante pelo fato de que quebrou certas expectativas erradas que ela tinha sobre o mundo da moda: “Eu achava que a criação possuía uma liberdade estética que, dentro de uma indústria, não se possui. A moda e a criação estética estão subjugadas a uma série de fatores: matéria prima disponível, mudanças no processo de produção da manufatura, mudanças no perfil do consumidor”.

Adriana considera sua tese um sucesso. Mesmo ressaltando as limitações de suas análises, que usaram apenas a Vogue Americana como parâmetro, a pesquisadora é otimista com o futuro de estudos similares no ramo da moda. Dessa maneira, acredita que o ineditismo de sua pesquisa pode tanto trazer melhorias imediatas quanto servir como impulso para novos estudos no segmento.

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