Professora cria jogos para ensinar segurança em sala de aula

Objetivo é passar o conteúdo para os alunos de forma fácil e divertida

Menu inicial do jogo. Reprodução/Fonte: revistas.usp.br em http://www.revistas.usp.br/gradmais/article/view/123121/119491

Por Carina Brito – carinadsbrito@gmail.com

Engana-se quem pensa que jogos são apenas para momentos de lazer e que não podem ser aproveitados para obter conhecimento. Percebendo a necessidade de atrair atenção dos alunos em sala de aula, a professora Cristina Northfleet de Albuquerque criou jogos educativos que fizeram sucesso entre os estudantes.

Cristina é professora na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e leciona Biossegurança para alunos do primeiro ano. Segundo a professora, quando o estudante está fazendo o ritual de passagem e se acostumando com a faculdade, é preciso entrar no mundo dele e não simplesmente força-lo a entrar na linguagem acadêmica. Ele precisa aprender e entrar aos poucos.

A biossegurança é toda a segurança que é preciso ter para trabalhar em um laboratório. Cada laboratório tem riscos característicos como físicos, químicos, biológicos, entre outros. O aluno precisa de informações como usar luvas, óculos e saber quais componentes podem causar algum tipo de lesão ou ser tóxico. “A gente precisa passar a informação de uma maneira agradável porque nada pode ser forçado, principalmente se tratando de segurança”, diz a professora. Cristina ainda afirma que a cultura da segurança está relacionada à preservação da espécie e deve ser ensinada desde a escola para que as pessoas ajam com cautela na profissão escolhida, independentemente de qual for.

A professora, que sempre foi fã de games online, se juntou com estudantes de Design de Games na Fatec para criar o Chemical Risk. O jogo online é formado por um labirinto que representa um laboratório de ensino acadêmico. Nesse laboratório, ocorre um acidente e o aluno precisa saber quais são os Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletivos (EPC) para poder entrar no local do acidente e resolver o problema. O jogo já foi demonstrado em sala de aula mas os alunos ainda não puderam experimentar.

Outro jogo criado pela professora é um tabuleiro chamado “Consultoria de Segurança”, em que o aluno precisa dar sugestões de como resolver acidentes e prevenir riscos. São quatro quadrantes que representam empresas, e o aluno presta serviço de segurança à elas. As cartas vermelhas são acidentes, laranja são riscos e as verdes são a solução. “Uma vantagem dele em relação ao online é que ele promove discussões sobre os conceitos, pois é jogado pessoalmente”, afirma Cristina.

O tabuleiro foi testado em sala de aula e os alunos também puderam dar sugestões para melhorar. Além disso, a professora também apresentou o jogo no 2º Congresso de Graduação da USP, onde foi um grande sucesso.

Vendo o resultado positivo desses dois jogos, a professora também já tem outra ideia de game que pode ser utilizado em outra matéria que ela leciona na universidade: uma trívia que faça os alunos terem que contar algo sobre a história farmacêutica para poderem passar de nível. “Se o aluno tem uma facilidade com jogos, isso se torna uma ferramenta extremamente útil”, finaliza.

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