Paralelos 22 rememora Independência do Brasil, Semana de Arte Moderna e os 60 anos do IEB USP

Junção de efemérides proporciona a realização de evento para discutir o Brasil e o modernismo, aliando temas clássicos a assuntos da contemporaneidade

Quadro São Paulo, de Tarsila do Amaral, pintado em 1924. Foto: Enciclopédia Itaú Cultural/Romulo Fialdini

Que o ano de 2022 será especial, isso ninguém tem dúvidas. Somente as eleições presidenciais e a Copa do Mundo de futebol já seriam suficientes para deixar todos e quaisquer ânimos à flor da pele. Mas o ano que se aproxima não se restringirá somente a estes dois eventos, especialmente no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP.

Só pelo seu nome e objetivo — ser um centro multidisciplinar de pesquisas e documentação sobre a história e as culturas do Brasil, como está descrito no próprio site institucional —, o ano de 2022 será extremamente movimentado pelo aniversário de datas importantes para o país e para o IEB, caso da Independência do país e da Semana de Arte de Moderna, 1822 e 1922, respectivamente. Mas, além disso, nesse ano também serão comemorados os 60 anos de criação do Instituto.

Com todas essas datas coincidindo, evidenciou-se a necessidade de uma celebração à altura. É com esse objetivo que o IEB criou e lançou o Paralelos 22, um selo comemorativo visando abarcar todas as ações promovidas pelo Instituto em torno das efemérides, da discussão do modernismo e da formação do Brasil.

Identidade do selo Paralelos 22. Foto: Divulgação/IEB-USP

O grupo de docentes do Instituto, de tamanho flexível, permite que, através do selo, sejam abarcados tanto assuntos mais imediatos, quanto projetos mais longos, como é o caso do centro da comemoração no segundo semestre de 2022. Até lá, as ações estarão concentradas especialmente nos IEBinários, os webinars do IEB.

De acordo com a profa. Flávia Camargo Toni, vice-diretora do Instituto, os IEBinários abrem espaço para uma série de reflexões variadas, possibilitando a alternância entre estudos mais contemporâneos, como as questões de gênero em 2022, com estudos clássicos, sendo um exemplo a poesia de Ronald Carvalho em 1922 — um dos maiores expoentes da Semana de Arte Moderna.

Em seu depoimento, a professora enfatiza como o modernismo não se restringe somente à efeméride, mas que ele perdura como um questionamento, uma crítica em relação ao tempo, ao contemporâneo. Isso permite que haja uma flexibilidade grande na maneira de discutir esses temas. Além disso, as indagações sobre a Semana de 22 ainda são amplas, estando ainda distantes do esgotamento.

Capa do programa da Semana de Arte Moderna de 22, de Di Cavalcanti Foto: Acervo do IEB-USP

Um exemplo dado por Flávia é o de Tácito de Almeida, um escritor que, durante a Semana, se apresentou no palco do Theatro Municipal declamando seus poemas. Após 1922, ele segue uma carreira totalmente diversa, ocasionando em uma perda de contato das pessoas com sua obra, assim como em uma lacuna de estudos sobre seus trabalhos.

Assim, o Paralelos 22 busca incentivar diálogos entre diferentes áreas do conhecimento, explorando aspectos diversos sobre determinado assunto, valendo-se da interdisciplinaridade, trunfo do IEB e de seu grupo de docentes.

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