Projeto da Geologia da USP reflete sobre tecnologias e transformações no setor da mineração

Qualificação de alunos em escola de ensino médio do interior de São Paulo é promovida virtualmente por graduandos iniciantes em Geologia do IGc em junho de 2021. Publicações no Instagram fazem parte do projeto que relaciona as utilizações de minerais mais utilizados na indústria.

O projeto Você sabia? de divulgação dos conteúdos da disciplina optativa de Recursos Minerais e Desenvolvimento Socioeconômico do Instituto de Geociências, já fechou uma parceria com o USP MIning Team – uma iniciativa dos alunos dos cursos de Engenharia de Minas, Geofísica e Geologia da Universidade. Juntamente, contatou algumas outras mídias da USP para a educação sobre a utilização dos recursos minerais.

Durante muitos anos o homem foi capaz de readaptar suas invenções e descobrir vantagens na exploração de minérios nas mais complexas rochas existentes. Ocorreram belos exemplos disso no Brasil, porque tivemos a possibilidade de uma incrível mesclagem cultural e de conhecimentos que atravessaram milhares de gerações durante a história dos nossos antepassados. O projeto dos alunos ingressantes da Geologia também trará essas comparações de mecanismos de exploração anteriores e atuais nas sociedades.

Existe, atualmente, um grande aumento na automatização de processos, e, a mineralogia não ficou de fora. Vertentes internacionais do setor batizaram o desenvolvimento dessa característica nas empresas de exploração mineral. Mineração 4.0 é o nome mais usado, refletindo a revolução radical das tecnologias digitais na quarta revolução industrial.

As tecnologias

A demanda global por minérios impulsiona o desenvolvimento de novas tecnologias para uma exploração ambientalmente mais consciente. O professor, geólogo e diretor do Instituto de Geociências da USP, Caetano Juliani, comenta as principais características das inovações na mineração. “Já está se desenvolvendo muito o uso de inteligência artificial, machine learning – aprendizado de máquinas – e deep learning – aprendizado contínuo – para a localização dessas áreas com possíveis potenciais de exploração”, explicou ele em entrevista.

Uma característica importante dessa automatização das indústrias de mineração é o controle das operações dos equipamentos industriais a quilômetros de distância do verdadeiro local das jazidas e da instalação da unidade extratora. Porém, com todo esse aparato tecnológico utilizado se tornou cada vez mais vital a implantação de medidas de segurança cibernética com o objetivo de evitar eventuais ataques hackers interceptores dos comandos realizados por humanos nas salas de programação.

O mercado da mineralogia entende, portanto, que é fundamental os investimentos na proteção do ambiente cibernético. É ainda muito mais essencial, a destinação de recursos financeiros para fixar a ligação entre exploração de minérios no meio ambiente e utilização sustentável mais harmoniosa. Isso, através do reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem em níveis maiores dos que são constatados na sociedade, para evitar-se o esgotamento mineral nas gerações futuras.

É natural, que nós, seres altamente consumidores, não reparemos a quantidade de resquícios minerais que nos cercam através de produtos que compramos. Eles podem aparecer desde a cerâmica que pisamos até a própria roupa que vestimos, no creme dental ou nos cosméticos que utilizamos com certa frequência. Por isso, há uma vertente social que pretende demonstrar a defesa da educação ambiental sem a depreciação dos mecanismos de exploração mineral.

Em setembro de 2019, Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), em uma carta aberta à sociedade – publicada como afirmação de compromisso – se pronunciou afirmando que “é preciso intensificar a prática da escuta e do diálogo. Estamos disponíveis, abertos e com desejo genuíno de mudar para evoluir”.

Em entrevista à AUN, ele afirmou que sem dúvida alguma esse processo será fundamentado na educação e promoção de bons projetos com efeitos reais na sociedade. “O Ibram representa 85% da mineração brasileira, tendo como a maioria desse contingente as grandes empresas da mineração. Isso engloba os mais diversos minérios, como o ferro, cobre, níquel, lítio, zinco e vários agregados necessários, por exemplo, quando relacionados à construção civil”, explicou ele. Dessa maneira, através dessa posição de Brumer, fica claro que o desafio de compreensão dessa comunidade empresarial e as transformações no setor crescem ainda mais.

(Os alunos irão publicar na conta do Instagram do projeto durante o semestre. A turma decide as pautas mais pertinentes para desenvolverem reportagens visuais em posts)

A má atuação dos órgãos destinados a fiscalização da mineração no Brasil produz continuamente impactos ambientais negativos. Luana Protázio, estudante de Engenharia Florestal da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), ressaltou que é papel das empresas mineradoras a manutenção da integridade das áreas destinadas à exploração. “As questões de segurança são prioridade nesse ambiente, pois qualquer erro primário é capaz de atrapalhar todo o desenvolvimento da cadeia industrial de um minério. Todos os projetos devem anteriormente, então, considerar a importância de serem geradores de resultados sociais impactantes”, explicou.

A educação como um processo de transformação dos conceitos sobre a mineração

Os graduandos em Geologia estão buscando demonstrar aos alunos do ensino médio da Etec Monte Mor (Escola Técnica do Instituto Paula Souza no estado de São Paulo), além de demais interessados, as mais diversas utilidades dos recursos minerais na indústria global.

Após a discussão que será exposta aos alunos da escola técnica durante esse contato, os estudantes de Geologia irão realizar atividades interativas com o propósito educativo nas suas mídias sociais, principalmente no Instagram, a partir do início de junho de 2021. Durante as apresentações para a escola e em uma provável visita a uma universidade contatada, os alunos/organizadores do projeto irão separar um tempo para uma dinâmica específica com os universitários ou pretendentes ao ingresso no ensino superior.

A principal proposta será uma disputa através de um quiz com perguntas que irão refletir situações e problemas da mineração em geral. Os participantes irão buscar uma solução pessoal para cada caso envolvendo as questões sobre a mineração apresentadas na palestra.

O principal objetivo do projeto é coletar dados sobre o público participante da dinâmica no colégio, que será em torno de 300 pessoas. Mas, o mais importante será a coleta das percepções dos alunos a respeito dos temas tratados durante os encontros virtuais, sem descartar o engajamento alcançado no perfil do Instagram do USP MIning Team.

Conta do Instagram do USP Mining Team: @uspminingteam

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