Pesquisa busca encontrar um tratamento que seja eficaz contra a Covid-19

Compostos com selênio e telúrio podem ser utilizados no tratamento da doença

Imagem: Reprodução

Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Química (IQ), da Universidade de São Paulo (USP), busca encontrar um tratamento que seja eficaz contra o coronavírus. O estudo intitulado “Busca por tratamentos contra COVID-19” tem a frente o professor do IQ-USP, Alcindo Aparecido dos Santos, em colaboração com o pesquisador Lúcio H. Freitas Júnior, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), da USP e, da professora Carolina Borsoi Moraes, do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). 

O cientista, Alcindo dos Santos, químico orgânico sintético, avalia e sintetiza novos derivados de organocalcogênios que possam servir como tratamento contra a COVID-19. “Quando surgiu a grande notícia da pandemia eu busquei um grupo de pesquisa no ICB que estava desenvolvendo modelo para investigar a Covid ou para prospectar a possível ação de inibição do vírus por compostos químicos”, conta. 

Com a parceria, algo em torno de quarenta compostos químicos foram enviados para o ICB. Desses, cerca de um terço obteve um resultado positivo na ação de inibição da replicação do vírus. “Esses experimentos são realizados in vitro”, conta o pesquisador. A busca por uma droga que seja eficaz no tratamento não pode ser tóxica para o hospedeiro. “Sempre que temos uma busca por uma possível nova droga, o ideal é que a gente a submeta a modelos em que demonstra o quão eficiente ela vai ser para a desordem que se pretende tratar e quão segura para o organismo, naquela desordem”, diz. Compostos químicos de selênio e telúrio, principalmente esse último, demonstraram ser os mais eficientes para serem utilizados no tratamento da doença. 

Durante as pesquisas, in vitro, um dos diversos compostos se destacou e poderá ser levado para a testagem em modelo vivo, infectar um animal com o vírus e testar se o composto é capaz de impedir a replicação do vírus. “Dentre todos os compostos, um dos compostos foi um modelo bastante bom porque ele inibiu com 100% de eficiência a replicação do vírus e foi 100% eficiente para a manutenção da integridade da célula hospedeira modelo”, relata o pesquisador. Esse composto químico sintetizado é novo, inédito, sem uso comercial. 

A pesquisa desenvolvida por Alcindo dos Santos, em colaboração com Lúcio Freitas e Carolina Borsoi, responsáveis pela parte biológica da pesquisa, conta ainda com a participação de alunos da pós-graduação. O estudo segue na sua fase preliminar em busca de uma droga que seja eficaz e segura no tratamento da SarsCoV2. “A pretensão é superar todas as barreiras científicas e tecnológicas para que a gente consiga chegar a compostos que sejam sim capazes de serem utilizados no tratamento contra a replicação do vírus”, diz o cientista.

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